PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo
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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />
baixa = reação rápida), então cada monômero a mais é complexado pelo Ti da mesma<br />
maneira do que o antecedente. A consequência é isotacticidade (fórmula a no último<br />
esquema). Caso o rearranjo ocorra com menos facilidade, significa que o ciclo da<br />
propagação demora tempo o suficiente no estado (d) para que o próximo monômero se<br />
insira de maneira espelhada, em comparação com o antecedente. A consequência seria<br />
sindio-tacticidade (fórmula b).<br />
A temperatura também influencia a estereoquímica do polímero. Na maioria dos<br />
catalisadores a complexação de um novo monômero na posição vaga ocorre muito<br />
rapidamente, enquanto as energias de ativação para as etapas de inserção (c → d) e<br />
rearranjo (d → d´) são mais altas. Significa que, a temperaturas baixas (203 K), as últimas<br />
são mais prejudicadas; a poli-inserção e rearranjo demoram mais e o produto principal é<br />
sindiotáctico. Significa também que as duas etapas (c → d) e (d → d´) podem ganhar<br />
preferência a altas temperaturas, em relação à complexação do novo monômero. A<br />
consequência seria prevalência de isotacticidade.<br />
c) Término da cinética da poli-inserção e a qualidade do polímero.<br />
Além da uniformidade estrutural da cadeia polimérica existem mais dois fatores sendo<br />
responsáveis para as propriedades mecânicas do material polimérico:<br />
• a massa molecular média ( n M ou M w ) e<br />
• a uniformidade dos comprimentos das cadeias poliméricas na amostra 98 .<br />
Principalmente o grau de pureza dos monômeros, a exclusão de inibidores ou venenos do<br />
catalisador e a atividade do centro catalítico, são os fatores que delimitam o tamanho<br />
(médio) da cadeia polimérica. Geralmente, a qualidade do produto acabado aumenta com o<br />
comprimento das cadeias poliméricas. Porém, sua processabilidade fica cada vez mais<br />
delicada porque a temperatura de amolecimento do material aumenta e a sua solubilidade<br />
em solventes diminui (os motivos são: entropia de dissolução baixa e um elevado grau de<br />
cristalinidade do polímero). Também a técnica de blendagem, isto é, misturar diferentes<br />
tipos de polímeros, fica cada vez mais difícil ao se ter cadeias mais compridas, devido à má<br />
compatibilidade e até repelência entre os componentes do plástico. Resultaria uma mistura<br />
bifásica cujas propriedades mecânicas 99 são inferiores às de cada um dos componentes por<br />
si. Sendo assim, é um grande desafio na tecnologia dos plásticos unificar e/ou balancear a<br />
questão de altas massas poliméricas por um lado, e superar suas incompatibilidades<br />
inerentes que se observam na mistura de dois polímeros diferentes por outro lado 100 .<br />
P. Pino, R. Mülhaupt, Stereospecific polymerization of propylene: an outlook 25 years after its discovery,<br />
Angew.Chem.Internat.Ed.Engl. 19, 857 (1980)<br />
98<br />
O "índice de não-uniformidade", também conhecido como "polimolecularidade" ou até "largura da<br />
distribuição das massas poliméricas", é a relação entre duas médias das massas moleculares, obtidas por<br />
diferentes métodos físicos, w n M M / .<br />
99<br />
Com exceção da resistência ao impacto. Um para-choque de carro, por exemplo, é sempre feito de uma<br />
blenda heterogênea, com uma fase contínua que fornece rigidez à peça e uma fase dispersa que absorve a<br />
força do impacto, em caso de acidente.<br />
100<br />
Em blendas de qualidade usam-se polímeros de altas massas, AAAAAA e BBBBB, e uma pequena<br />
porcentagem de um copolímero em bloco do tipo AAAAAABBBBB que serve para compatibilizar as duas<br />
fases principais.<br />
170