29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

78<br />

rentnt se ha <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que os fra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Moreruela<br />

(Leão) fundaram no tempo <strong>de</strong> D. Aflbnso III a Cons-<br />

tantim (que já existia no reinado anterior), mas que<br />

ahi tiveram caseiros. No sec. xvi escrevia-se Costantim,<br />

segundo a pronúncia vulgar, e Constantim, segundo a<br />

pronúncia culta'. A pronúncia local miran<strong>de</strong>sa hoje é<br />

ainda Costantim, do mesmo modo que no geral do país<br />

o nome <strong>de</strong> homem Constantino se pronuncia Costan-<br />

tino, e se ouve em português frequentemente costipar<br />

« constipar), aspessada « anspessada), etc, em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ste princípio phonetico: que vogal nasal atona<br />

antes <strong>de</strong> s impuro, i. é, seguido <strong>de</strong> outra consoante,<br />

ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>snasalar-se.<br />

Ha outro lugar em Tras-os-Montes que tem o nome<br />

<strong>de</strong> Constatitim. Na Galliza ha Constantin e Costantin.<br />

Nas Astúrias ha Costanti.<br />

O etymo é claro: lat. Constantini, genetivo <strong>de</strong><br />

Constantinus. O -i apocopou-se segundo a lei que<br />

a propósito do -e enunciei no meu opúsculo As * Lições<br />

<strong>de</strong> lingoagem» do Sr. Cândido <strong>de</strong> Figueiredo (andlyse<br />

crítica), 2.* ed., p. 77, nota 5. A forma oblíqua Cons-<br />

t anti nu- não podia transformar-se, nem em mirandês,<br />

nem em português, em Constantim: a terminação lat.<br />

-inu- <strong>de</strong>u -ino em mirandês, e -m/jo em português:<br />

cf. o que se diz a<strong>de</strong>ante, na Grammatica, § 109. Forçoso<br />

é pois recorrer a Constantini.<br />

Mertola, cida<strong>de</strong> Porto, al<strong>de</strong>ia Pindo, mas villa <strong>de</strong> Mertola, cida<strong>de</strong><br />

do Porto, al<strong>de</strong>ia do Pindo; logo, também <strong>de</strong>ve dizer-se villa <strong>de</strong><br />

Esther, villa <strong>de</strong> Laura e semelhantemente. A evolução phonetica<br />

inconsciente pô<strong>de</strong> com o tempo fazer <strong>de</strong>sapparecer o <strong>de</strong>, fundindo<br />

num só, para o espirito, os dois ou mais elementos da palavra<br />

(ex. : Villa-Fra<strong>de</strong>, que equivale a Villa/ra<strong>de</strong>); mas, consciente-<br />

mente, querendo-se que villa mantenha plenamente o seu valor,<br />

não pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se juntar <strong>de</strong> (ex. : Villa <strong>de</strong> Esther, e não Villa<br />

Esther): fazer o contrário é <strong>de</strong>snaturalizar a lingoa.<br />

I Vid. Livro do Tombo das <strong>de</strong>marcações <strong>de</strong> Tralosmontes, fls. 24<br />

sqq. Na Torre do Tombo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!