29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

21 I<br />

nasal {m, n, tih) produs na vogal prece<strong>de</strong>nte, quer seja<br />

tónica, quer seja atona, vid. § 3-b. — Em pai dar por<br />

pa le dar náo só o e <strong>de</strong> le <strong>de</strong>sapparece, mas o / tor-<br />

na-se gutturalizado, formando syllaba com a vogal prece<strong>de</strong>nte.—Em<br />

^{ outro = fi\0<br />

outro, mi' alma = mie<br />

alma, mie 'miga = mie amiga, que ouvi em contos po-<br />

pulares, <strong>de</strong>ram-se syncopes syntaticas.<br />

39. Na ligação <strong>de</strong> uma palavra acabada em nasal,<br />

pelo menos -ã, -u, com outra que comece por vogal<br />

(oral ou nasal) <strong>de</strong>senvolve-se a consoante 7; (§ i3), como<br />

que para evitar o hiato ; por ex. : íí i\ ome, ã v ódios,<br />

tomabã 11 esta — o que também succe<strong>de</strong> em alguns falla-<br />

res portugueses do Norte.— E muito vulgar nas narra-<br />

ções ouvir-se uma sibilante em princípio <strong>de</strong> uma phrase:<br />

esta sibilante é ^ (ou/ ?), se a phrase começa por vogal<br />

ou consoante sonora; é s (ou ç ?), se a phrase começa<br />

por consoante surda. A razão da escolha <strong>de</strong> s ou ;{<br />

comprehen<strong>de</strong>-se bem, por isso que s é consoante surda<br />

e i sonora. Exemplos que ouvi em narrativas : ^-agora<br />

quero que fajisinhe ; i-bamos a probá-V outra perna;<br />

\-não; i-ai agora nú podo!; \-oh miu cunfessor!; '{-bôii<br />

ã cata d'um bestido; ^-di-V a tou pai que traga ú bestido;<br />

s-calhaibos, ó mi' amai; s-tu bás a las papas? Este phenomeno<br />

é vulgar no país, e eu já me referi a elle algures.<br />

40. Do que se disse nos §§ 37-89 conclue-se que os<br />

phenomenos <strong>de</strong> phonetica syntactica consistem princi-<br />

palmente : em modificação <strong>de</strong> sons (§ 87), <strong>de</strong>sapparecimento<br />

<strong>de</strong> sons (§ 38), e criação <strong>de</strong> sons (§ 39). Todos<br />

estes phenomenos são <strong>de</strong> caracter transitório, pois<br />

que só se dão em certas combinações syntacticas, e<br />

por isso os expus nesta secção, <strong>de</strong>stinada á phonologia<br />

physiologica ; se fossem <strong>de</strong> caracter permanente, fixo,<br />

pertenceriam antes á phonologia histórica, da qual vou<br />

agora occupar-me.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!