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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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38<br />

Miranda»'. — A mesma <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Terra-<strong>de</strong>-Miranda<br />

nos apparece num documento do sec. xiii, que<br />

diz pertencerem-lhe Atenor c Palaciolo (hoje Pala-<br />

çouloy. — Nas Inquirições <strong>de</strong> D. Affonso III dão-se<br />

como pertencentes á Terra- <strong>de</strong>-Miranda pelo menos as<br />

seguintes localida<strong>de</strong>s: Biberes (= Campo <strong>de</strong> Víboras)^<br />

Vimeoso (= Vimioso), S. João (= S. Joannico ? i, Angueira,<br />

S. Martinho da Ribeira (= S. Martinho <strong>de</strong> An-<br />

gueira-*), Malhadas, Ifanes, Costantim, Ulgoso (= Al-<br />

ras, já com modificações phoneticas, já sem ellas, como :florentim<br />

(no Cancioneiro <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, i, 186) a par do moátmo florentino<br />

(<strong>de</strong> florentino) ; hespanhol (<strong>de</strong> espahol, que parece vir da forma<br />

ant. espaiion, cf. Diez, Grammaire <strong>de</strong>s langues romanes, 1, 87<br />

nota) ; polaco, que nos veio do fr. polaque, para on<strong>de</strong> passou do<br />

allemão Polack ou Polak (em russo, segundo a transcripçáo por-<br />

tuguesa, polhak) ; flamengo, e ant. framengo^ <strong>de</strong> origem germâ-<br />

nica (cf. m^cs fleming ; quanto ao suffixo, et também o ír.flamingant).<br />

Outras vezes regulamo-nos por outras lingoas, como<br />

biscainho, do hesp. vi^caino; asiático, do lat. Asiaticus (^em grego<br />

'Aai«Ti)4'J;) ; russo, do fr. russe; te<strong>de</strong>sco ou tu<strong>de</strong>sco, do ital. tu<strong>de</strong>sco<br />

(que vem do ant. alto-allem. diutisk, dulisc, a que correspon<strong>de</strong>,<br />

através do médio alto-allem. diutsch, tiutsch, o aliem, mo<strong>de</strong>rno<br />

<strong>de</strong>utsch); allemão, do fr. allemand (em lat. Alemanni, Alamannij.<br />

Em inglês (ant. ingrés, d'on<strong>de</strong> ingresia) é provável que também<br />

tenhamos o fr. anglais (cf. Inglaterra = fr. Angieterre; ital. In-<br />

ghilterra)^ através <strong>de</strong> *englès, com substituição do suff. port. -ês<br />

ao fr. -ais, e pronúncia normal <strong>de</strong> en- como in-, se não houve<br />

influencia (pouco provável) da pronúncia do e da própria palavra<br />

english.<br />

' Na Torre do Tombo, no chamado Livro das doações <strong>de</strong> D. Af-<br />

fonso III, II, fls. XV.<br />

2 Ibi<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m.<br />

3 O vocábulo ribeira applica-se ainda hoje na provincia <strong>de</strong><br />

Tras-os-Montes a certos rios secundários, como o Angueira e o<br />

Maçãs, comparados com o Sabor, que é propriamente rio. Num<br />

documento <strong>de</strong> i538, existente em Lisboa, na Torre do Tombo,<br />

chamado Livro do tombo das <strong>de</strong>marcações <strong>de</strong> Tras-os-Montes,<br />

fls. 24 sqq., dá-se á ribeira <strong>de</strong> Angueira o nome <strong>de</strong> S. Martinho;<br />

<strong>de</strong> modo que temos S. Martinho da Ribeira (a povoação) e ribeira<br />

<strong>de</strong> S. Martinho (o rio).

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