Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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6. Metathese
i53. Ha nas diversas lingoas metatheses apparentes
e metatheses reaes. Sobre este assunto veja-se o livro
do Dr. Behrens, Ueber reciproke Metathese im Roma-
nischen, Greifswald 1888.
154. Sem poder agora embrenhar-me na discussão
do que pertence a cada uma d'essas duas espécies de
metathese, limitar-me-hei a citar em globo alguns exem-
plos mirandeses
:
redadeiro (derradeiro) < *de-retrarius. — O
de- foi considerado como prefixo, senão o r
estaria representado por r, e não por rr
(§ 118).— Cf. gall. redeiro (ohoras redeiras*).
craba (cabra), § 142-íi. Podia explicar-se por pro-
pagação regressiva do r (cf. § 139-^) e dissi-
milação successiva (§ 148-^).
brime (vime), S 142-c. A forma anterior deve ter
sido bim're (cf. hesp. vimbre < *vim're),
com pronúncia do m; o j' da primeira syllaba
explica-se como o de craba.
naide < > hesp. nadie < lat. n a t i (cf. § 202-
Obs. 2).
retrocido (retorcido).
fre- e for- alternam em fremofo a par de formo/o.
A forma intermédia seria ^foro-. Este phenomeno
representa-se pela conhecida fórmula:
cons. -f- vog. -f R -|- cons. > cons. -f- R +
vog. -|- cons.
-airo < -ario em cuntrairo, etc. — Poderia expli-
car-se: ou por *airio com propagação regres-
siva de i como o u no § i5i-^, e syncope de
i; ou por attracção do i postonico pela vogal
tónica.
-aijo < -ágio em adaijo.