Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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se modifique sob a iiiHuencia de outra; comquanto cu
pudesse indicar aqui numerosos exemplos, contentar-
me-iiei com indicar dois que se relacionam com o nosso
caso: são o veneziano anguéla e o friulano angudèle,
que o Sr. C. Salvioni explica pelo cruzamento de
* ' acutella com anguilla . — Pela palavra * a n g u i 1 a -
explica-sc pcrícitamente
hesp., mir. e catai, anguila^
port. e gall, anguia.
As formas portuguesas mguia e enguia vem de att-
giiia, cf. empola < > ampola, pop. intigo < > antigo.
Em asturiano diz-se angiiilii^, por masculinização do
feminino anguila ; cf. em dialectos franceses ãpé, lãvio
(:== Vãvio) e lãviu (= 1'am'u)., que o Sr. Meyer-Lubke
explica por ^anguillus^. — Nem a respeito do por-
tuguês, nem do gallego pôde existir a dúvida que o
Sr. Meyer-I.ubke acha a respeito do ital. anguilla e
do fr. anguille, que elle pergunta se serão formas litte-
rarias, se populares-»: a syncope do / em português e
gallego prova á evidencia que se trata de palavras de
origem popular; a forma mirandesa também de modo
nenhum podia ser litteraria (de onde havia de vir? do
português, não, porque lá não ttin /.• do hespanhol,
também não, porque isso não era provável); a forma
hespanhola é tão popular, que se acha vinculada como
nome geographico, Anguila, na ilha de Formentera:
de tudo isto resulta a necessidade de admittir a forma
latino-vulgar * anguila.
p. 4.
' Postille ilaliane ai Vocabolario Latino- Rotnanjo^ Milano 1897,
2 Braulio Vit^on, Vocabulário di.ílcclolóirico dol cnvcojo de Co-
/m/i^ít, Villa Viciosa, 1896, s. v.
3 Gramviatih der romanischcu Spraclwiu 1. ,. .^1; n, ," 370.
A Ob. cit., I, Z 3 1 .