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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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36<br />

Terra-<strong>de</strong>-Miranda, em mirandês Thrra <strong>de</strong> Miranda,<br />

é a <strong>de</strong>nominação popular do território que hoje corres-<br />

pon<strong>de</strong> pouco mais ou menos ao concelho <strong>de</strong> Miranda,<br />

mas que, como notei, tinha antigamente maior exten-<br />

-ão, com a variante -ano (<strong>de</strong> origem litteraria), <strong>de</strong> -anus:<br />

em beirão, bragançáo (ant.), coimbrão, palmellão, sintrão<br />

(<strong>de</strong> Sintra ou Cintra) ; alemtejano, bragançana, trasmon-<br />

tano;<br />

*povoeiro^ da<br />

Póvoa), sanjoaneiro (<strong>de</strong> 5. João, loane-, lohanne-),<br />

soajeiro (<strong>de</strong> Soajo), vareiro{?) (< ovareiró, <strong>de</strong> Ovar?)\<br />

-eiró, <strong>de</strong> -arius, -erius: em poveiro ( <<br />

-io, <strong>de</strong> -ívus: em algarvio {algaravio, algravio);<br />

-enho, <strong>de</strong> - í g n u s : em<br />

estremenho<br />

-eno: em santareno; cfr. chileno, madrileno (da forma pop.<br />

Madril, on<strong>de</strong> -/ provém <strong>de</strong> -d por dissimilação : d-d ><br />

d-1). Este suffixo, como -enho, correspon<strong>de</strong> aqui ao hesp.<br />

-eiio {estremem, chileno, madrileno) ; mas em hesp. também<br />

ha -eno {chileno a par <strong>de</strong> chileno);<br />

-ino (origem litteraria), <strong>de</strong> -Inus : em brigantino (não bra-<br />

gantino, como por erro escrevem alguns) ; cf. campino<br />

ico : explico o nome mindrico, que se dá aos habitantes<br />

<strong>de</strong> Min<strong>de</strong>, por Mindre, que é a pronúncia popular da pa-<br />

lavra Mindre; pelo menos assim ouvi pronunciar rto con-<br />

celho do Cadaval<br />

-e/a, <strong>de</strong> -itta: em lisboeta;<br />

-Oto, <strong>de</strong> -ottus: em minhoto<br />

;<br />

-ejo: em crastejo (<strong>de</strong> Crasto- ou Castro- Laboreiro); explico<br />

;<br />

o nome torrejano, que se dá aos habitantes <strong>de</strong> Torres,<br />

por torr-ej-ano (suffixo composto).<br />

Sobre o suffixo -arius, -erius, vi<strong>de</strong> Suchier, Lefrançais et<br />

le provençal, p. 27; e Romania, xxvi, 6i3. Ao suffixo -eno referi-me<br />

já nos meus opúsculos: As «Lições <strong>de</strong> lingoagem» do Sr. Cândido<br />

<strong>de</strong> Figueiredo (analyse critica), 2.» ed., p. 75<br />

;<br />

; e O Gralho <strong>de</strong>pen-<br />

nado, 3.* ed., p. 5i. Do suffixo -ico fallo a<strong>de</strong>ante. A cerca do suff.<br />

-T//íj e -ottus, vi<strong>de</strong> : Meyer-Lubke, 11, Grammatik <strong>de</strong>r romanischen<br />

Sprachen, 548-55o; e Suchier, Le /rançais et le provençal, p. 212:<br />

O suffixo -ejo é difficil <strong>de</strong> explicar : por isso Diez {Grammaire<br />

<strong>de</strong>s langues romanes, 11, Soo) o suppõe provindo do hespanhol.<br />

a ser assim, representa a antiga pronúncia do j hespanhol, que<br />

não é <strong>de</strong> origem árabe, como falsamerite julgam muitos.<br />

;

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