29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

125<br />

proce<strong>de</strong>r portanto com circumspecção, para se po<strong>de</strong>rem<br />

tirar <strong>de</strong>ducçÔes como aquellas que ha pouco tirei.<br />

Faço estas consi<strong>de</strong>rações para notar que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Miranda é banhada por um rio <strong>de</strong> nome Fresno, que<br />

<strong>de</strong>sagôa no Douro, e que o nome Fresno não é português,<br />

mas mirandês (e hespanhoi), do lat. fráxinu-'.<br />

Comquanto parecesse que estaria aqui outra prova do<br />

antigo uso do idioma mirandês em Miranda, a razão<br />

não basta, pois o rio nasce em Malhadas-, on<strong>de</strong> se falia<br />

mirandês, e podia ter conservado em Miranda o nome<br />

originário. E certo que ha em Portugal rios que, como o<br />

Douro e o Tejo, nascem em Hespanha, e comtudo tem<br />

<strong>de</strong>nominações portuguesas e não hespanholas (Duero e<br />

Tajo em hespanhoi), mas não existe comparação entre<br />

a extensão das zonas geographicas em que elles correm<br />

e aquella em que corre o Fresno! Já o rio hispanoportuguês<br />

Guadiana, em cujo nome, que se <strong>de</strong>compõe<br />

em Giiadi-Ana (sendo Ana <strong>de</strong> origem pre-romana), se<br />

mantém o n intervocalico, contrariamente ás leis da<br />

phonetica portuguesa, e <strong>de</strong> accôrdo com a hespanhola,<br />

oíferece uma excepção, a respeito do Douro e Tejo:<br />

na Revista Lusitana, iv, 29, nota, expliquei esta exce-<br />

pção pelo facto <strong>de</strong> o rio Guadiana, que é em parte<br />

raiano, como os outros dois, percorrer <strong>de</strong>ntro do pais<br />

menor extensão do que estes.<br />

' Devo notar que tenho ouvido pronunciar em mirandês o nome<br />

commum fre:^no, com j, e não frejno, com /. Na Hespanha Sagrada,<br />

<strong>de</strong> Florez, xxxvii, 3o6, cita-se um documento asturiano do<br />

sec. VIII, em que se lê Frejnedo (com f, se não ha erro): «& per<br />

illas mestas <strong>de</strong> Fre^nedo» (á cerca <strong>de</strong> mesta vid. Du Cange, Glos-<br />

sarium, s. v.). Qual a origem do f nestas palavras?<br />

2 «Da parte oriental d'este [Serro do Naso] se origina hum<br />

rebeiro do Fresno»^ disse o parocho <strong>de</strong> Malhadas em ijSS na res-<br />

posta ao Interrogatório a que me referi a cima p. 122: vid. vol. xxii,<br />

p. 245 sqq.<br />

1,45.<br />

Cf. também J. M. Baptista, Chorographia mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> Portugal,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!