Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Algarve) e Sapeiros (Extremadura) para sapo, Cabreira
(Minho) para cobra, Sarcíoeiro (Beira), Sardoeira (Minho
e Beira) e Sardoeiras (Minho) para sardão, arch.
* sardom.
Como no Lateinisch-romanisches IVõrierbuch, de G.
Kõrting, se diz, sob o § òbg, que o lat. anguis foi nas
lingoas românicas supplantado completamente por ser-
pens, e como no Supplemento da mesma obra, p. 786,
só timidamente se explica o fr. efipoj-e por anguis,
pôde parecer pouco provável que na Península Ibérica
se conservasse anguis; mas nas Postille italia?te ai
Vocabolario Latino-Roman\o, do Sr. C. Salvioni, Milão
1897 (trabalho cuja posse devo á amabilidade do seu
erudito auctpr), acho nada menos do que quatro repre-
sentantes de anguis, angue- em dialectos italianos,
ànga, àn\a, an\a e lan\a^ ; também o nome próprio
francês Anguiei" pôde explicar-se por \/anguis
-{- -ier, com o fr. arch. achter, de ^apis: d'onde se
vê que a existência de anguis na Ibéria fica justifi-
cada completamente-.
Atenor. Este nome já se encontra assim escrito em
documentos do sec. xn^. No Livro 11 das Inquirições
de D. Affonso III lê-se porém Atanor, Num ms. do
sec. xviii lê-se igualmente Atanor^. Nestes dois últimos
documentos temos representada a moderna pronúncia
local, que é Atanór. Na Corografia do P.*' Carvalho
(sec. xvni), i, 488, lê-se Tenor. Também tenho visto
1 Ob. cit.. p. 4. — O Sr. Salvioni explica Ijnja, de an^a, por
influencia de lanja, «lancia» (lança).
2 No onomástico da Hespanha ha também Angues; mas, como
o w se pronuncia {Angiies)^ não sei se esta palavra se relaciona
com as aqui estudadas.
3 No chamado Livro das doações de D. Affonso III (na Torre
do Tombo), 11, fls. i5-v.— Doe. da era de 1210 (= anno de 1172).
4 Memorias parochiaes, na Torre do Tombo, v, 757 sqq.