Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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A povoação mirandesa Sendim foi pois primitivamente
propriedade de um Sendinus; ou pelo menos
um Sendinus, cujo nome se propagou até hoje, possuiu
ahi quaesquer bens.
Teixeira. Não varia na pronúncia local.
Este nome, que é vulgar no nosso onomástico, já
como nome geographico, já como nome de pessoa,
deriva de teixo (arvore) < lat. taxus, taxu-, por
meio do suffixo -eira. A palavra taxu falta no Latei-
nisch-romanisches Wõrterbiich, de Kõrting.
Formas correspondentes á nossa são: Teixeira e Tei-
xeira na Galliza, Tejera e Tejero noutros pontos de
Hespanha.
Como illustração do assumpto, direi que á mesma
família onomástica pertence Teixedo (-etu-), Teixe-
das, Teixello (demin.), Teixinho (id.), Teixoso (-osu-),
Teixeira (masculino de Teixeira), Teixeira (cf. supra
o suíf. -o la) e talvez Teixoeira (de *teixão).
Uva. a pronúncia local é Uba.
Esta palavra não a encontro repetida no onomástico.
Em compensação ha Uveira e Uveirinha no Entre-
Douro-e-Minho.
O etymo é conhecidamente o lat. uva.
Val-d 'águia, a pronúncia local é Bal-d'áiguela.
No mir. áiguela, em que houve propagação regressiva
do i (cf. aiigua a pp. 61-62), conserva-se, como em
hespanhol, o / do lat, aquila, o que é, como várias
vezes se verá, um caracter do nosso dialecto.
Não só se encontra repetida no onomástico português
a denominação Val-de-aguia, mas ha Águia, Águias., e
os derivados Aguiar, Aguieira, Aguieira. Na Galliza
ha igualmente Aguiar e Aguieira; noutros pontos da
Hespanha Aguila, Aguilar (d'onde provém o appellido
português que assim sôa) e Aguilera. Entre lingoas