Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Observação. — O português e o hespanhol concordam
essencialmente com o mirandês. Em português
escreve-se ^, mas a pronúncia dialectal é ainda em mui-
tas partes ç. Sobre o hespanhol vid. Cuervo, loc. çit.
129. Formas como cálece (port. cálix, cali^ ou cálice)^
décima, decedir (port. decidir)^ decente, e outras, são de
origem portuguesa, e por isso não obedecem ás leis
próprias do mirandês. — A cerca de qv, vid. § 86.
G
i3o. A letra G em latim, na epocha clássica, tinha
antes de e, i, o mesmo valor que antes das outras con-
soantes; mas na evolução da lingoa aquella consoante
experimentou em parte modificações parallelas á que
vimos no § 122 que experimentou o C O som repre-
sentado por C assibilou-se geralmente antes de e, i;
o G naquellas condições tornou-se em certas regiões
médio- e antero-palatal.
Seguirei, tanto quanto for possivel, na exposição da
evolução do G latino, ordem semelhante á que segui
quando tratei do C. Temos, pois, de considerar ga, go,
Gv, de um lado, e ge, gi, do outro.
i3i. GA, GO, GV, em princípio de palavra mantem-se;
g a 1 1 u - > gí7//zo, gutt a.- ";> gota, gu s tu- > g-ws/o.
Observação. — Neste ponto está de accôrdo o miran-
dês com as linguas vizinhas.
i32. Quando ga, go, gv, estão precedidos de vogal,
o G umas vezes permanece, outras syncopa-se : assim
temos, em syllaba postonica, 7^ego < *rigu- (riguus),
ruga ou rúe < ruga-, jugo < i u g u •,
tónica rial < regale-.
e em syllaba
Observação. — O português procede como o miran-
dês; o hespanhol offerece phenomenos também analo-