29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

379<br />

do g normal <strong>de</strong> certos conjunctivos (cf. hesp. ciielga ><br />

colligat), o qual porém ás vezes pô<strong>de</strong> nascer <strong>de</strong> c<br />

(diga). A mesma categoria <strong>de</strong> conjunctivos com g ana-<br />

lógico pertence o mir. <strong>de</strong> S. Martinho dplga, que está<br />

para doleat como o hesp. palga para valeat.<br />

a) MetaphoniaK<br />

3. Vogal tónica do thema do PRESEN'fE<br />

225. O português oíferece muitos exemplos <strong>de</strong> meta-<br />

phonia: sinto—sentes, dwirto— divertes, durmo—dormes,<br />

cuspo— cospes, subo— sób*es, movo— moves, <strong>de</strong>vo—<br />

<strong>de</strong>ves; este phenomeno costuma explicar-se por influen-<br />

cia das semi-vogaes postonicas nas vogaes tónicas {sinto<br />

< s e n t i o , mas sentes < sentis; durmo < d o r -<br />

mio, mas dormes < dormis; movo < moveo, mas<br />

moves < moves)2. No mirandês não conheço exem-<br />

plos; nos casos em que a inflexão tivesse <strong>de</strong> resultar<br />

<strong>de</strong> modulação <strong>de</strong> e e o não podia dar-se, por isso que<br />

não existe diíferença em mir. entre e e ê, <strong>de</strong> um lado,<br />

e o e d do outro (isto tem também applicação ao hespanhol,<br />

cf. port. <strong>de</strong>vo— <strong>de</strong>ves, cô:{o— có:{es; mir. débo—<br />

débes, co^o—co'{es)\ noutros casos, como o port. ^ro<br />

feres, sigo— segues, minto— mejites, sinto— sentes, dur-<br />

valgas, etc. (no conj.) e valgo (no indic), salga, salgas (no conj.)<br />

e salgo (no indic.) e outros.— E notável que o novo processo<br />

attingisse todo o prés. do conj., e só a i." pess. do do indic; isto<br />

pô<strong>de</strong> ter duas explicações : ou a analogia começou pelo conj. (em<br />

expressões avulsas taes como hesp. válgate que te valga, mir.<br />

querga Dius, etc), ou, por o conj. ser menos usado que o indic,<br />

os typos originários d'este resistiram á força da analogia.<br />

1 Umlaut dos allemaes.<br />

2 Sobre este phenomeno em português vid. : Epiphanio Dias,<br />

Gratnmatica portuguesa elementar, § 8o ; F. d'Ovidio, Manueletli<br />

d'introdupone agli studj neolatini, ii, 89-45 ; Gonçalves Vianna,<br />

Essai <strong>de</strong> phonétique, p. 45 sqq.; eun<strong>de</strong>m, Pronúncia normal portu-<br />

guesa, p. 5j sqq.<br />

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!