29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

104<br />

tencia <strong>de</strong> edificações mais ou menos notáveis para o<br />

sitio: Duas-Igrejas, Fonte-d'Al<strong>de</strong>ia (na primeira parte<br />

e Fonte-Ladrão (i<strong>de</strong>m); referem-se a costumes medie-<br />

vaes: Palaçoulo e Para<strong>de</strong>lla; e a mesma epocha lembram<br />

Granja, Póvoa e Villar-Sêcco (na primeira parte i:<br />

<strong>de</strong>signam antigos senliores ou possuidores: Constantim,<br />

Prado-Gatão (na segunda parte), Sendim, e ainda, segundo<br />

penso, Atenor e Especiosa. O nome Malhadas,<br />

se se relaciona com os trabalhos agrícolas que predominam<br />

na localida<strong>de</strong>, prova indirectamente também a<br />

existência <strong>de</strong> productos vegetaes.<br />

Alguns <strong>de</strong>stes nomes <strong>de</strong>sappareceram já do uso commum,<br />

quer porque foram substituídos por outros, quer<br />

porque as i<strong>de</strong>ias a que se applicavam <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ter<br />

realida<strong>de</strong> :<br />

por isso o trabalho do etymofoeista é frequen-<br />

temente trabalho <strong>de</strong> resurreiçao, que nos põe <strong>de</strong>ante<br />

dos olhos o passado com a sua vida e lingoa especiaes.<br />

Mas, para este trabalho ser fecundo, ou ao menos para<br />

produzir resultados que sejam verosímeis, é necessário<br />

que se proceda como tentei proce<strong>de</strong>r nas paginas pre-<br />

ce<strong>de</strong>ntes: isto é, <strong>de</strong>vem, para cada palavra, buscar-se,<br />

tanto quanto seja possível, as formas anteriores <strong>de</strong>lia,<br />

e as formas parallelas na mesma lingoa e em lingoas<br />

aparentadas; <strong>de</strong>ve ver-se se as formas propostas obe<strong>de</strong>cem<br />

ás leis grammaticaes, sobretudo phoneticas, das<br />

respectivas lingoas; e por fim pedir-se á historia e á<br />

natureza do local das povoações a confirmação do que<br />

glottologicamente se <strong>de</strong>duziu. Sem isto, uma etymologia<br />

não pô<strong>de</strong> acceitar-se ; e ainda mesmo ás vezes, apesar<br />

<strong>de</strong> todo o cuidado na observância do methodo, as diffi-<br />

culda<strong>de</strong>s e embaraços que se encontram são enormes!<br />

Em Portugal, on<strong>de</strong> os que cultivam a <strong>philologia</strong> a sério<br />

são muito poucos, e on<strong>de</strong> os que imaginam que estudar<br />

etymologias correspon<strong>de</strong> a matar charadas são muitos,<br />

torna-se indispensável accentuar bem isto.<br />

i

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!