29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

378<br />

habeo > *haio (ou *hai) > hei (§ 44); habeam<br />

> haia (2 S-j-a)<br />

sapio > *saio > sei (§ 44); no conjunctivo c ana-<br />

lógico (saba, sabas, etc).<br />

b) Em alguns verbos como teneo, pono (isto é,<br />

*poneo'), quaeram (isto é, *quae ream^), <strong>de</strong>-<br />

senvoiveu-se uma guttural na i .* pess. do sing. do pre-<br />

sente: tengo, tenga; vengo, venga; pongo, ponga. Cf.,<br />

com relação a estes verbos, as respectivas formas hes-<br />

panholas e italianas^. Taes formações resultam <strong>de</strong> analogia<br />

com os verbos terminados originariamente em<br />

-iigo^. O presente do conjunctivo do verbo querer ou<br />

qrér em mir. é querga, que <strong>de</strong>ve explicar-se por<br />

*quaéricam (typo em -icare)^, ou por propagação<br />

í Cf. port. /'Om/ío, que só po<strong>de</strong> explicar-se por *poneo (*po-<br />

nio), forma muito naturalmente tirada <strong>de</strong> *ponére, por isso<br />

que este verbo tinha passado no latim vulgar para a ^^ conj.<br />

2 Cf. port. queira, *quaeream < (*quaeriam).<br />

•* Outros exemplos em Schuchardt, in Literaturblatt fur ger-<br />

vianische und romanische Philologie, 1884, n." 2.<br />

4 Meyer-Lubke, Grani, <strong>de</strong>r roman. Sprach., 11, Z '80.— Cf tam"<br />

bem Cuervo, Notas d la gramática <strong>de</strong> Bello, Paris 1898, p. 83.<br />

5 Parece-me que também o português perca, percas, etc. (no<br />

conj.) e perco (no indic.) se <strong>de</strong>vem explicar por *pérdicat ><br />

*pérd'cat, *pérdico > *perd'co. Este facto é morphologicamente<br />

bastante semelhante a querga. No mesmo caso está<br />

o hesp. ant. perga, que vem no Fuero d'Avilés (ed. <strong>de</strong> Fernan-<br />

<strong>de</strong>z-Guerra, p. 169): explico-o por *perdicat, com abrandamento<br />

do c em epocha anterior á da syncope do d. Em portu-<br />

guês, pelo contrário, a syncope <strong>de</strong>u-se antes da epocha d'aquelle<br />

abrandamento. Ha outros factos semelhantes em roraanço : assim<br />

no port. con<strong>de</strong>, <strong>de</strong> comité-, o abrandamento do / <strong>de</strong>u-se antes<br />

da syncope do i; no fr. comte (ant. conte) a syncope <strong>de</strong>u-se antes<br />

da epocha em que o t intervocalico caía nesta lingoa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter dado d,— o que equivale a dizer que a nossa palavra é relativamente<br />

mais mo<strong>de</strong>rna que a francesa.— Cf. também prov. perca,<br />

percas (sec. xii-xni), na Chanson d'Antioche, ed. <strong>de</strong> P. Meyer,<br />

V. 120. — A mesma classe parece ainda pertencer o hesp. valga.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!