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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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i38<br />

me occupa" — ; mas, como este presbytero era <strong>de</strong> P^onte-<br />

d'Al<strong>de</strong>ia, on<strong>de</strong> se falia o dialecto, e como chegou á po-<br />

sição <strong>de</strong> bacharel e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembargador ecclesiastico, e<br />

alem d'isso publicou trabalhos litterarios, temos aqui<br />

mais um documento da revolução intellectual que se<br />

estava operando na Terra-<strong>de</strong>-Miranda.<br />

Outros individues miran<strong>de</strong>nses vem em apoio do que<br />

digo. João <strong>de</strong> Fiaria, natural da cida<strong>de</strong>, e «tão douto<br />

em as observações astrológicas, como cm as noticias<br />

da historia portuguesa», publicou Calendários dos tempos,<br />

respectivos aos annos <strong>de</strong> 1611, i6i(3 e 1612^. Pedro<br />

Alvarez Pereira, embora vivesse em Madrid quarenta<br />

annos, foi também natural <strong>de</strong> Miranda-do-Douro, e <strong>de</strong>i-<br />

xou manuscrita uma Historia das conquistas portugue-<br />

sas'^. Em Miranda nasceu Bernardo <strong>de</strong> Brito Botelho,<br />

bacharel em cânones, que exerceu na cida<strong>de</strong> o cargo<br />

<strong>de</strong> juiz dos orphãos, e publicou, em 1782, uma Histo-<br />

ria breve <strong>de</strong> Coimbra^. Ahi nasceu ainda, em 1701, José<br />

' A<br />

Oração foi pregada em 1725 em Villar-Sêcco, na festa que<br />

em honra dos referidos <strong>de</strong>sposorios mandou celebrar o abba<strong>de</strong><br />

d'aquella al<strong>de</strong>ia trasmontana, Veríssimo da Silva Serrão e Amaral,<br />

natural <strong>de</strong> Ega (bispado <strong>de</strong> Coimbra). O estylo, embora cortado<br />

constantemente <strong>de</strong> phrases latinas, é natural e corrente ; o A. até<br />

preten<strong>de</strong> ser lógico, torcendo, com muita erudição sagrada, nume<br />

rosos textos da Biblia, para dar aos <strong>de</strong>sposorios caracter <strong>de</strong> pre-<br />

<strong>de</strong>stinação sobrenatural. O que creio é que, em virtu<strong>de</strong> da natureza<br />

exegética do assunto, nenhum dos Miran<strong>de</strong>nses <strong>de</strong> Villar-Sêcco<br />

enten<strong>de</strong>u o sermão que o severo <strong>de</strong>sembargador da igreja <strong>de</strong> Miranda<br />

lhes prògou; quando muito, comprehen<strong>de</strong>riam vagamente<br />

umas phrases do fim.<br />

2 Barbosa Machado, ibid., s. v. Cf. Innocencio da Silva, Diccio-<br />

nario Bibliographico, s. v.<br />

^ Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana, s. v.<br />

4 Cf. Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana, s. v. D'esta His-<br />

toria ha 2.» ed., publicada em Lisboa em iSjS por A. F. Barata.<br />

Briío Botelho diz nas primeiras páginas do seu livro que viveu<br />

doze annos em Coimbra, e ahi, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ver<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, se occupou<br />

em estudos clássicos «com os mais Latinos d'aquellas escolas».<br />

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