Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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francês archaico se mudou em lainne, d'onde veiu o
moderno larme (pronúncia larm') ; em português e hes-
panhol, porém, ou por influencia litteraria, ou porque
o grupo -crm-, que resultaria de syncope igual á men-
cionada, não pôde admittir-se, temos lágrima.
33. Com relação ao accento tónico, as syllabas atonas
costumam em geral denominar-se: metatonicas ou posto-
nicas, se ficam depois d'elle; e pretonicas ou protonicas,
se ficam antes. Conservando as expressões metatonica
e pretonica no sentido indicado, podiamos reservar a
expressão protonica para a syllaba que precede imme-
diatamente a tónica, e postontca para as que se lhe
segue logo. Na palavra latina monasteriíim considera-
ríamos dessa maneira os seguintes elementos
mo na sté ri um
inicial atonu protonica
parte pretonica
:
svliaba tónica
postonica finiil atona
parte metatonica
34. A acção do accento em mirandês não se limita
a fazer que a palavra seja aguda, grave, esdrúxula ou
ultra-esdruxula, mas, como também em português, produs
outros phenomenos
a) a parte atona (§ 28) da palavra, se nella não
entram elementos sonoros (§ 12), pronuncia-se em voz
baixa, quando não se falia com emphase, por exemplo,
em canto, campo, ciiniparança, cismático, testar as syl-
labas -to, -po, -ca, -tico e tes- (ts-) ;
b) na parte metatonica (§ 33) as consoantes surdas
podem soffrer mudanças : assim em cajnpo e santo o
p Q o í aspiram-se levemente; o segundo c de cismático
torna-se mais palatal, talvez medio-palatal (§ 12).
Cf. o que sobre estes phenomenos escrevi in Reinsta
Lusitana, iv, 23.
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