Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Rcnseipiements archéologiqiies sur la transformation
dit C guttural du latiu en ime sifflante, par M. Deloche,
Paris 1882 (extr. da Repue Archéologiqiie)\
Ztir Geschichte des lateinischen C, por H. Horning.
Na Península Ibérica o C, antes de e, i, assibilou-se,
ao passo que nas outras circumstancias não. Tenho pois
de, para mais clareza, considerar separadamente, para
o estudo da sua transformação em mirandês, de um
lado, o C antes de a, o, u, e o C final; do outro, o C
antes de e, i.
123. CA, CO, cv, em princípio de palavras conservamse
em mirandês, representados por c ou ^(u); catena-
< cadena, c a 1 o r e - > calor (fem. '), c a m p s a r e >
cansar, cata = xa-á > cada, c a s t e 1 1 u - > castte-
IhOy c 0,1 1 u - > culho, corona- > crona, colore-
> qiielor, *colóbra- (colúbra) > quelobra, c u p a -
> cuba, cunea- > cunha, *cupiditia- > cobicia.
Observação i.*— Ha algumas excepções, como gato
< cattu-, do céltico cattos^; gaiola < *caveóla-;
mas estas excepções não são especiaes do mirandês, são
communs a outros idiomas, — o que faz suppor que
ellas datam já do latim vulgar: cf. E Gorra, Lingua e
letteratura spagnuola, p. 55.
Observação 2.^ — O português e o hespanhol offerecem
phenomenos análogos aos mirandeses: isto é, o C
mantem-se nas condições mencionadas, embora as pala-
vras em que elle entra offereçam noutros dos seus sons
alterações diversas: assim o hesp. tem color, o port. tem
coor (arch.) e cor (mod.), ao passo que o mir. tem que-
lor; mas todas conservam a palatal inicial (mais pura no
português e hespanhol, menos no mirandês, onde está
em contacto com e: § i3, no li).
í Por ex. : tnuita calor. Cf. fr. la chaleur.
2 Cf. Revue celtique, xvi, 255.