Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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-ea- atonos provenientes de outras que tenham -eta-
tonicos, a analogia da lingoa pede que se escrevam cora
-ea-, porque toda a gente pronuncia -ia-, toe atono
na escrita convencionou-se que antes de vogal repre-
sentasse o som de í,- assim, por exemplo, o gentílico
de Gouveia (villa) deve ser Gouveeme (e não Gouveiensé)^
pronunciado goiwieuse.
O estudo das vogaes atonas em hiato está intimamente
relacionado com o das semi-vogaes; sobre estas
vid. o que se diz no § 85.
DiTONGOS ATONOS
84. Todos os ditongos tónicos (§ 69), excepto úo, fiú,
iu e ie, podem ser atonos. No adverbio múi, porém,
quando proclitico, o ditongo úi reduz-se a simplez /,
ex. : mi ásparo («mui áspero»). Em caepulla- > ce-
bólha está ae representado por e. O ditongo atono ôu
pôde ter origem análoga á de ou tónico (outeiro < al-
tar iu-, õutonho < autumnu-), ou desenvolver-se de
o- inicial (§ 78) ; o ditongo ei pôde ter também a mesma
origem que ei tónico {reitor < r e c t o r e -), ou desen-
volver-se de e- inicial (§ 78). A cerca de u < aut, (que
é normalmente proclitico), vid. § ôg-íi.
3. Semi-vogaes
85. As semi-vogaes latinas são / (também represen-
tado por E atono antes de vogal) e V (também repre-
sentado por IT).
Estudaremos separadamente o destino que estas duas
semi-vogaes, — labial e palatal— , tiveram em mirandês.
Semi-vogal labial
86. Os casos mais notáveis são aquelles em que o
V (= w) está em contacto com Q c G: