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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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i3<br />

os Miran<strong>de</strong>ses são caçurros^ e a sua lingoagem «falia<br />

caçnrra-i>\ mas estas expressões não são conhecidas<br />

em toda a Terra-<strong>de</strong>-Miranda, pelo menos alguns indi-<br />

víduos <strong>de</strong> Duas-Igrejas e Constantim, com quem ultimamente<br />

fallei, e a quem interroguei sobre o caso,<br />

não me souberam dizer a significação d'ellas.<br />

Farei aqui umas breves observações a respeito <strong>de</strong><br />

charro e cacurro.<br />

Em hespanhol a palavra charro (on<strong>de</strong> eh se pronun-<br />

cia como em mirandês) tem, segundo o Dkcionario da<br />

Aca<strong>de</strong>mia Hespanhola, Madrid 1884, s. v., a seguinte<br />

significação: «Al<strong>de</strong>ano <strong>de</strong> tierra <strong>de</strong> Salamanca; basto y<br />

rústico, como suelen ser muchos al<strong>de</strong>anos». Os diccio-<br />

narios portugueses também trazem charruo.—O etj^mo<br />

d'esta palavra, para uns está no vasconço, para outros<br />

no árabe'.<br />

Quando num país, ao lado do idioma litterario e na-<br />

cional, se faliam idiomas só <strong>de</strong> uso popular, dão-se <strong>de</strong><br />

ordinário casos como o que succe<strong>de</strong> em 'Miranda; isto é,<br />

ha uma expressão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezo para a lingoagem tida<br />

como menos culta. Cf. o meu Dialecto mirandês, Porto<br />

1882, p. q. — Na Itália usa-se a expressão «parlare<br />

sporco))^ por «fallar dialecto», muito semelhante á<br />

miran<strong>de</strong>sa «fallar charro». No Sul da França, «la<br />

population gavache a comme une mauvaise honte<br />

<strong>de</strong> parler son idiome natal» ^.<br />

Ás vezes estas expressões <strong>de</strong> zombaria fundam-se<br />

em certos modos <strong>de</strong> dizer usados em tal ou tal terra,<br />

1 Diez, Etymologisches Wôrterbuch, 11, s. v.<br />

Baist, in Zeitschrift fúr romanische Philologie, v, 242-243;<br />

Korting, Lateinisch-rotnanisches Wôrterbuch, g^ i83i e 36i2.<br />

2 F. dOvidio, (-Fonética <strong>de</strong>i dialetto di Campobasso», in Ar-<br />

chivio glottologico italiano, iv, 145.<br />

3 E. Bourciez, in Revue <strong>de</strong>s Universités du Midi, 11, 146.<br />

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