29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

7'<br />

como ao lado <strong>de</strong> Atenor se encontram as variantes<br />

Atanor e Te?ior, também ao lado da palavra commum<br />

apparece tanor, tenor, athenor, etc. Poisque na ling.<br />

pop. o e se muda facilmente em a, antes <strong>de</strong> n, por<br />

ex. : tana\ (gall. tana:{es, mir. tana^es) < tenai, alia-<br />

ttado < alienado, Lianor < * Lienor < Leonor,— cf.<br />

também catai, atanèii e atanèiu < hesp. ateneo,— aqui<br />

inverteu-se o processo, o que várias vezes succe<strong>de</strong>, e <strong>de</strong><br />

atanor fez-se atenor (por apherese tenor). A evolução<br />

sematologica que se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> atanor «cano» para atanor<br />

«vasilha» <strong>de</strong>u-se na passagem do árabe para o hespa-<br />

nhol, porquanto a palavra árabe correspon<strong>de</strong>nte signi-<br />

fica também «forno», «boca <strong>de</strong> poço».<br />

Barciosa (Villa Chã da). Diz-se mais frequentemente<br />

só Villa Chã, do que Villa Chã da Barciosa. Em documentos<br />

antigos porém acha-se a expressão completa.<br />

Num documento do sec. xiii lê-se Villa Plana <strong>de</strong> Bar-<br />

ceosa mais <strong>de</strong> uma vez'. O P.^ Carvalho na Cor^ograjia<br />

(princípios do sec. xviii) escreve Villa Chãa da Bar-<br />

ciosa. Nas Memorias parochiaes (ms. da Torre do<br />

Tombo), já citadas, vem Villa Chã <strong>de</strong> Barciosa-. Na<br />

Chorographia mo<strong>de</strong>rna, <strong>de</strong> Baptista, vem Villa Chã da<br />

Braciosa. A pronúncia local actualmente é Bila Chana.<br />

No nosso onomástico ha outras palavras que <strong>de</strong> certo<br />

se relacionam com esta: são Braciaes, Bj^acial e Bra-<br />

cieira, no Algarve, no Alemtejo, na Extremadura e<br />

na Beira,—o que prova que a palavra primitiva teve<br />

outr'ora bastante voga no país.<br />

Quanto ao etymo, notarei que a forma antiga Bar-<br />

ceosa, que, como vimos, se encontra num documento,<br />

do sec. xni, nos é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> auxilio, por isso que no<br />

português archaico o e atono se conserva frequente-<br />

1 Livro II das Inquirições <strong>de</strong> D. Affonso III, fls. io8-v. sqq.<br />

2 Vol. XL, p. II 35.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!