Estudos de philologia mirandesa - Esycom

453
cuasi ou casi, diz Saco Arce'; também neste
idioma encontrei ciias, ex.
Que atas non peide na terra
Do seu sofrire c'o peso^;
acauso Vid. § 295-^ {si acausó).
talbéç em port. «talvez».
sequiera— -de se quier^a. Cf. qiialqmera no § loò-b,
e o hesp. siquier (ant.) e siquiei^a. — Ex. : «que
ní siquiera a 1 menos p'ra adebertir-».
seno (em port. «senão») de si non: (g 11 o).
Cf. hesp. sino.
:
—
solo, só de s o 1 u - . Adjectivo empregado adverbialmente.
A forma só usa- se pelo menos em
Prado-Gatão, Póvoa-* e Malhadas. Entra, por
exemplo, nesta cantiga que ouvi a um indivíduo
de Prado-Gatão:
Heid' ir a 1 cíelo, hei-d' ir,
Só por bé' las nobas rq/ás,
Três negras i três brancas,
I três amaríelhas cheirq/as.
Em Duas-Igrejas ouvi solo;
tanto». Na Póvoa também
ex.: usolo ganhei
se usa solo. — A
forma só parece ser de
Em correlação com mas,
origem portuguesa.
acho solo no seguinte
passo: «nu solo a Pedro, mas a Tiago i a Joã»5.
1 Gramática gallega, p. 198.
2 Galino Salinas Rodríguez, A torre de Peito Burdelo, A Cruna,
1891, p. 18.
3 Bernardo Monteiro, O Mirandês (jornal), n." 33.
4 O Sr. Bernardo Monteiro, que é da Póvoa, também emprega
só; ex. : «Adius, Malgarida ! Só 1 que te pido yê que t'alhembres
por acá de mi». In O Mirandês (jornal), n.° 33.
5 Bernardo Monteiro, in Revista de educação e ensino, ix, 5o2.