Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Nas outras circumstancias ng dá nj, escrito
ng; ex. : mir. longe (eiri hesp. arch. luene, em
port. longé)^ do lat. longe.
NV > nb, mb; ex. : invidia-> ambeija. — Cf. hesp.
envidia (arch.), invidia (mod.)
NS (intervocalico) > /,• ex. : mensa- > we/â. — Rigo-
rosamente fallando, o grupo ns não existe já
em lat. vulg., onde tinha dado s; as inscripções
romanas, mesmo as da Lusitânia, oíferecem a
cada passo -esis==-ensis, como meses,
Olisiponesis, etc: cf. o que sobre o assunto
escrevi in O Archeologo Português, n, 119.
A cerca de Costantim, vid. supra, p. 78.
ê)
PL inicial, nas palavras mais antigas, deu eh-, como
em port., ex. : plenu- > mir. clieno^, port.
cheio, muito diversamente do que succede em
hesp., onde pl- deu //-, ex. : lleno;
PL inicial, em palavras que certamente não
datam da origem da lingoa, deu ás vezes pr;
ex. : p 1 a c e r e > pra\ei\
p'l intervocalico deu Ih em *manup'lu >
manolho; cf. hesp. manojo (arch. *manollo)^
port. arch. *mãolho > *maolho > mod. molho.—Em
dobi^ar < duplare temos br; cf.
Pôbra a p. 97.
MPL > {mch) nch; ex. : amp
e hesp.
—
lu- > a«c/zo.—Cf. port.
BL inicial > br; ex. : germ. blank- > branco. Em
hesp. blanco, em port. branco.
I Esta palavra bastava só por si para provar que o mirandês
nem é hespanhol, nem é português, mas um idioma com evolução
própria.