29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

175<br />

valor do o d'este ditongo inglês, escreve o mesmo<br />

Swect: «The ó oíóit is often, especialiy in aíTected pro-<br />

nunciation, moved forward to the mid-mixed-round<br />

position, and from there, by lowering and further<br />

shifting forwards, to the low-front-narrow-round po-<br />

sition, so that nóu becomes nanir>^\ e Victor escreve<br />

também: «Schwachbetont tritt fiir ou ein Diphtong<br />

mit einem ,,gemischten" õ-ahnlichen Laut (ò) ais er-<br />

sten Glied, meist aber blosses d» -. A uma inglesa,<br />

que não sei porém <strong>de</strong> on<strong>de</strong> era, ouvi uma vez numa<br />

hospedaria em Sintra pronunciar nõu (por no)^ com<br />

um ditongo muito semelhante ao mirandês. Paliando<br />

do ditongo ou, que existe em lingoagem <strong>de</strong> Rio-Frio,<br />

e que é idêntico ao mirandês, diz o Sr. Gonçalves<br />

Vianna igualmente: «o valor total do ditongo é exa-<br />

ctamente o do õ longo, alphabetico, inglês, segundo<br />

a recentíssima pronunciaçao usual em Londres» 3. Ha<br />

um ditongo português que pô<strong>de</strong> dar i<strong>de</strong>ia, muito<br />

aproximada, <strong>de</strong> ou: é a?/, que em muitas localida<strong>de</strong>s<br />

se ouve na pronúncia <strong>de</strong> ao (preposição a e artigopronome<br />

0)4 ; mas <strong>de</strong> modo algum se <strong>de</strong>verá escrever<br />

âu ou âo por ou.—O ditongo ou é frequentíssimo na<br />

raia trasmontana, on<strong>de</strong> o tenho observado em muitas<br />

1 Ob. cit., p. 71-72.<br />

2 Ob. cit., p. 79.<br />

3 In Revista Lusitana, i, 162.<br />

4 Este dissyllabo ao pronuncia-se hoje <strong>de</strong> várias maneiras, con-<br />

forme as terras: uma das maneiras fica já indicada; outra é áii;<br />

outra é d. Esta ultima maneira é também archaica. Como a crase<br />

<strong>de</strong> a -^ a, <strong>de</strong> certa epocha em <strong>de</strong>ante, se representou por á, do<br />

mesmo modo se representou por d várias vezes na litteratura<br />

antiga a crase <strong>de</strong> ã -^ o; por exemplo em Gil Vicente, Obras,<br />

ed. <strong>de</strong> Hamburgo, lê-se: «dá d Demo» (i, ii5), «Acorda a Tibal-<br />

dinho — E d Calveiro» (i, 124), «juramento faço ós ceos» (i, 128),<br />

«Que se dizem d casar» (i, 128), «commendo d Decho a praga»<br />

(i, iSq), o Pois até d polo segundo» (11, 363), — exemplos em que<br />

está d por ao, e ós por aos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!