Estudos de philologia mirandesa - Esycom

338
O Sr. Schuchardt cita no Vokalismus inscripções romanas
de Africa em que ha nomes próprios acabados
em -ica, taes como: Colonica, Maiorica, Minorica*,
ctc, mas o nosso suffixo presuppõe -cc- e não simplez
c, que teria dado g, como em amigo < amicu-,
e amargo < *amaricu-. O mesmo philologo já porém
nota in Zeitschrift fiir romanische Philologie, loc.
laud., que o facto de ser accentuado o i das formas
românicas {-íco) faz suspeitar que na origem o suffixo
fosse -Ic- e não -te-. Por isso tudo, a forma primitiva
do suffixo deve ter sido - 1 c c u s ; e é assim que elle
figura na Gramniatik der romanischen Sprachen do
Sr. Meyer-Liibke, loc. laud. Nesta grammatica citam-
se outras formas africanas, Bodicca, Bonica, Kartca,
loc. laud. As duas últimas nada tem que ver com o
nosso suffixo, por ser simplez o c,* a primeira sim,
mas será -teca alli suffixo, ou mera e casual termina-
ção ? Para se determinar a origem de - i c c u s é pois
preciso reunir mais elementos.
176. Exemplos de emprego do suffixo -tto:
boca — boquita
banco—bànquito
frango— franguiio
arca — arquita
arco—arquito
manga — manguita
fogo—foguito
• A respeito do etymo de MaÚorca = Majorca, e Menorca,
das Ilhas Baleares, posto pelo Sr. Schuchardt em Majorica e
Minorica, notarei que também em português temos localida-
des chamadas Maiorca e Maiorca, nomes que provém de phases
dirterentes de maiorica; ha igualmente no nosso onomástico
Morga, que poderá ter a mesma origem (cf. mór < maior), a não
vir de minorica > * meorga (cf. arch. meor = mêor < m i -
nore-), o que não me parece tão provável.