Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Picote. A pronúncia local é Picóti.
No Alemtejo, segundo a Chorogi^aphia de Baptista,
ha uma herdade do nome de Picote. Não sei de mais
nome nenhum igual no nosso onomástico, mas no da
Galliza apparece pelo menos quatro vezes. Pelo con-
trário, Picota, Picotas, Picoto e Picotos abundam no
onomástico português; no gallego ha Picota, Picoto,
Picotos e Picoutos; nas Astúrias ha Picota. No resto da
Península não ha lugares, pelo menos de certa impor-
tância, com nomes semelhantes.
Embora na lingoa commum exista a palavra picota,
que outrora significava «pelourinho», aqui porém trata-
se certamente de um derivado directo áepico (== «alto»,
«eminência», «cume»), que apparece no onomástico de
Portugal e no de Hespanha (Galliza, Astúrias e Caná-
rias). O suffixo -ote parece ser variante de -oto (cf. -êta,
-éto, -éte, que diíferem só nas vogaes finaes, segundo
uma escala: -a, -o, -e).
Póvoa. Em mirandês diz-se La Proba, forma que pelo
o corresponde á hesp. arch. puebla, ainda hoje muito
frequente no onomástico do vizinho reino. Na Catalu-
nha, em cuja lingoa não existe ditongo correspondente
ao ue hesp. (de ólat.), diz-se Pobla. Na Galliza diz-se
Proba, com Pr-, como em mirandês. No nosso onomás-
tico ha Prova, e frequentissimamente Póvoa.
Para etymo de todas estas palavras tem de se admit-
tir o lat. *pòpula (de pôpulus), que as explica per-
feitamente.
Em português antigo acha-se pobla e pobra, «pequena
povoação», sobre as quaes se veja Viterbo, Elu-
cidário, s. V. A palavra relaciona-se com povoar (lat.
med. populare), de que fallei a pp. 78 e 86.
Prado-GatÃo. Ouvi pronunciar a um individuo Pragodatôu
(metathese, como em Deluvina, que se usa na
Beira, por Ludovina, e em degueilha, que se usa em
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