Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Sinor alcaide maior,
No prenda Vd. los ladrones,
Que tien' Vd. una nina
Que roba los coraçones.
E(n) la mari hai una torre,
E(n) la torre una bentana,
E(n) la bentana una nina,
Que lus marineros llama.
Tiengo de passar I' riu,
En (= aun-) que sepa de mojarme,
A coger aquella rosa
Que la babaleia Taire.
Quanto á orthographia devo observar que as vogaes
atonas oraes e as vogaes nasaes tem os valores portu-
guezes; que as vogaes tónicas, e alem d'isso //, «,
g -\- e, /,
-;/ antes de vogal e s intervocalico tem os
valores hespanhoes; uma vez lê-se los, outra lus.
A analyse mostra que -eti- no interior de palavras e
-an em pausas se nasalam, que as vogaes atonas adqui-
riram os sons portugueses, que -e em pausa pôde adqui-
rir o som mirandês de -i (mari < maré < mar), que o ;{
hesp. foi substituido por ç mirandês; que o dissyllabo
-io se ditongou em -iu, que e atono se muda em i antes
de palatal em Sirior; que e se ditongou em tiengo (em
hesp, litter. íengo; cf. porém o que digo a p. 52 a respeito
da lettra de um «laço»)', que se mantiveram como
sons caracteristicos do hespanhol // em lloreis, g -{- e
j, e s intervocalico; que o artigo hespanhol el se mudou
no mirandês cm /'. Isto confirma o que digo da ada-
ptação dos sons hespanhoes aos órgãos phoneticos dos
Mirandeses : o que é um tanto confundível (vogaes ato-
nas, :{, consoantes nasaes, artigo) confunde-se; o que
é característico (s intervocalico, j, 11 em vez de eh mir.)
conserva-se.