Estudos de philologia mirandesa - Esycom

I»I
7. Em palavras em que a vogal nasal é seguida de
algumas das consoantes explosivas b, p, t, d, eh, c, — g,
como campo, canto, banco, etc, alem da nasalidade da
vogal, ouve-se m, n, v. Temos pois propriamente campo
(= cã-mpo)^ canto (= cã-jtto)^ banco {bã-iico). Sobre o
phenomeno em português cf. Revista Lusitana, iv, 24.
Da pronúncia de m, n, v, trato no § i3.
2. Semi-vogaes mirandesas
8. As semi-vogaes mirandesas são:
/, ú como elementos subjunctivos ou prepositivos
de ditongos oraes ou nasaes; ex. : mai, aiiga, tierra,
tiempo, quatro, fiwnte (a par áe. fonte).
A semi-vogal i ouve-se em português na palavra jcjat
e pouco mais ou menos na palavra ^e/, quieto; a semi-
vogal ú ouve-se em português nas palavras pau e quatro
(esta última é pois igual á mirandesa).
3. Ditongos mirandeses
9. Em grammatica geral os ditongos dividem-se: em
crescentes (vogal ou semi-vogal atona seguida de vogal
tónica), por exemplo em hespanhol ie na palavra Jicsta,
e em português ua na palavra quasi; e decrescentes (vogal
tónica seguida de semi-vogal ou vogal atona), por exem-
plo eu e ai em português nas palavras teu e pai. Uns e
outros podem ser oraes ou nasaes. Em mirandês ha-os
de todas estas espécies.
10. Ditongos crescentes:
a) Oraes:
f ou ti seguidos de qualquer vogal tónica por natu-
reza, ex. : fiesta, qiiatro, cUpsta.
—