Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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cm -;; assim deç, na pronúncia, muda-se cm de-^, na
expressão deç ornes e deç lhii:{es. Se uma palavra acaba
em -s, e a seguinte começa por vogal, o .s pronuncia-se
ex.: Is ornes (pron. ifomes). Cf. sobre estes
f, phenomenos
o § i3 no ç, no r, no s e no/. — Em expressões
como dixe-lo por dixo-lo, truxe-lo por truxo lo, dá-se
dissimilação momentânea de oúi) — o(u) em e — o(u)
(cf. § 149). — l".m Icniefts = tenie uns, que ouvi num
conto popular ha crase ; outra ha em erafma beç = era
fma beç. — A algumas pessoas ouve-sc pronunciar pala-
tizado o / de aquel antes de vogal, ex. : aquelh orne;
mas em Duas-Igrejas ouvi sempre aquel, quer antes
de vogal, quer antes de consoante.
38. A phrase bõ nome pronuncia-se em lingoagem
descuidada bp nome, perdendo o Õ a resonancia, que
c absorvida pela nasal seguinte ("cf. a antiga expressão
portuguesa no mais = nom mais).—Em cú seguido de
vogal, etc. pôde perder-se a nasal. — Na ligação de pa-
lavra acabada em consoante liquida (/,
/') com outra que
comece por consoante da mesma natureza, pôde dar-se
absorpção (assimilação) do primeiro som no segundo,
ex.: poné-l paio ne cliano, dá-la mano (dar la mano),
fa\é-l jantar; dixo^lhobo (== dixo 1 \obo)^ fui'IJiobo (fui
l Ihobo). — Em três sacos pcrde-se o primeiro s, que é
absorvido pelo segundo, do que resulta tre' sacos, facto
vulgar noutras localidades. — Na ligação de uma pala-
vra acabada em -a atono com outra começada por a
também atono, perde-se um d'elles, por ex.: Mariamara
== Maria Amara, laçuda -- la açuda, staba auiiordar
= staba a angordar, yá 'Ihá staba = yá alhá staba;
este facto estabelece differença entre o mirandês e o
português, onde em taes circumstancias se faz geral-
mente crase: a -|- a = a, por exemplo em niinhàmiga
= minha amiga. — Outras vogaes finaes atonas podem
ás vezes desapparecer antes de palavra começada por
vogal. — À cerca do nasalamento que uma consoante