Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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por contraposição aos de outra. Em Duas-Igrejas (c. de
Miranda), por exemplo, diz-sc pa Ihi (= para alli)^ ao
passo que em Villar-Sêcco (c. de Vimioso) e Caçarelhos
(ibid.) se diz pa-li. Os habitantes da primeira povoação,
quando querem escarnecer dos das outras, perguntam
«vais pa-li?»
Factos semelhantes acontecem noutras partes.
A gente do Norte de Portugal zomba da de Lisboa,
dizendo que esta pronuncia cravão ou caravão, por
carvão, com quanto taes modos de fallar não sejam
muito característicos.
Como no dialecto andaluz existe a aspiração h (correspondente
a f antigo), que falta no castelhano commum',
os Castelhanos dão á lingoagem andaluza o nome
dcjándalo'^; d'este facto nasceu o dictado popular an-
daluz:
El que no diga jacha,jorno,jigo, y jiguera
No es de mi tierra 3
que tem na lingoagem vulgar da Extremadura hespa-
nhola a seguinte forma: «Er que no 'Iga jacha, Jonio,
jiguera no ej 'de mi tierra »4; mas a aspiração
figo y
andaluza está aqui imperfeitamente representada poí"^,
c melhor seria representá-la por /i.
Os Florentinos mudam em um som análogo ao eh
allemão de lachen^ o c na posição fraca, dizendo ^z/es/o
' Sobre a antiga aspiração castelhana h (< / lat.) vid. R. J.
Cuervo, in Revue Hispanique, ii, 66 sqq.
2 Vid. J. Storm in Romania, v, 179;
lengua castellana da Academia Hespanhola, s. v.
cf. o Diccionario de la
3 Cf. também o artigo do Sr. H. Schuchardt sobre phonetica
andaluza a propósito dos Cantes Jlamencos,— \n Zeitschrift fiir
romanische Philologie, v, 3o5.
4 Vid. a revista intitulada El Folk-Lore frexnense y bético-
extremefto, Fregenal, 1883-1884, P- 44-
5 Cf. Ascoli, in Archivio glottologico italiano, 1, xlv.
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