29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

26o<br />

Dei uma lista um pouco extensa, porque está neste<br />

phenomeno um dos caracteres do mirandês normal em<br />

relação ao português e ao hespanhol litterario, on<strong>de</strong> tal<br />

phenomeno não succe<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo fica estabe-<br />

lecida uma das diíTerenças que existem entre o mirandês<br />

central-raiano, <strong>de</strong> um lado, e o sendinês, do outro.<br />

OíTerecem Ih- mesmo algumas palavras miran<strong>de</strong>sas cuja<br />

etymologia é <strong>de</strong>sconhecida, ou pelo menos não é claramente<br />

latina, como Ihapa e Ihata. — Em Ihampeda, <strong>de</strong><br />

lâmpada-, temos também Ih-, embora esta palavra<br />

<strong>de</strong>va ser <strong>de</strong> origem ecclesiastica, e por isso mo<strong>de</strong>rna.<br />

Observação i^ — Em muitas palavras do mirandês<br />

normal não se observa inicialmente Ih-, como: lam-<br />

piõtl, linterna, la<strong>de</strong>ínha, licença, lista, lápeç\ lépedo<br />

(«lépido»), Ivcre («leque»), letra, lebe («leve»), liçôú,<br />

licença, limõú, lima, lõua («loa»), louro (côr), loureiro,<br />

lona, lua (oluva»)% liso, lei, liai.<br />

A respeito <strong>de</strong> algumas d'ellas é possível que eu não<br />

esteja bem informado, e se digam realmente com Ih-,<br />

como talvez loureiro, lebe, lampiõCi; outras são evi<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> origem portuguesa e mo<strong>de</strong>rnas, como lépedo,<br />

lecre; outras, como lima e limõú, vieram por intermédio<br />

do árabe, e por isso, datando do sec. vni ou <strong>de</strong> epocha<br />

posterior, não admira que possam pertencer a uma epo-<br />

" Não se estranhe que lápeç tenha f, quando a respectiva pa-<br />

lavra port., em attenção ao etymo lat. lápis, se escreve usual-<br />

mente com -s; a palavra mir. veiu do hesp., on<strong>de</strong> se diz lapi^ : o j<br />

hesp. foi regularmente representado em mir. por ç, e provém do<br />

-d <strong>de</strong> lapi<strong>de</strong>- > *lapid: cf. § i63-Obs. 3.—Tanto a forma port.<br />

como a hesp. são <strong>de</strong> origem mo<strong>de</strong>rna.<br />

2 Em hespanhol antigo dizia-se também lua: vid. Marques <strong>de</strong><br />

Villena, Arte Cisoria, cap. xxiii (apud Poetas anteriores ai sigloxv,<br />

vol. Lvii, p. 576, col. 3). O etymo é germânico, e está ainda repre-<br />

sentado pelo gothico lô/a, em ingl. mod. glove : cf. Diez, Etytno-<br />

logisches Wôrterbuch, 11, 464.— L difficil <strong>de</strong>cidir se a palavra veiu<br />

da Hespanha para Miranda pelo commércio, se evolucionou já no<br />

território mirandês.<br />

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!