29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

179<br />

phonetica miran<strong>de</strong>sa, na nossa lingoa litteraria ha -o<br />

final atono, mas não ha -i final atono senão rarissimamente<br />

(por ex. : qiiasi, on<strong>de</strong> porém o i se pronun-<br />

cia e)\ por isso escrevo normalmente em mirandês -o<br />

(que é orthographia usual portuguesa) e po<strong>de</strong>rei em<br />

algumas occasiões escrever -/ (que é innovação, pelo<br />

facto <strong>de</strong> em port. litterario quasi não haver -i atono).<br />

3. a) As vogaes a, i, e, o, u seguidas <strong>de</strong> / na mesma<br />

syllaba tornam-se gutturalizadas, como em português',<br />

ex.: sqlbar, silba, melro, sol, bijldraga. O mesmo acontece<br />

a a, i, e antes <strong>de</strong> ii, ex. : qiiga, tiu, chapéu. —<br />

O signal - sobescrito indica a gutturalização das vogaes.<br />

b) Antes <strong>de</strong> consoante nasal as vogaes tónicas, são<br />

levemente nasaladas, como noutros pontos <strong>de</strong> Portugal<br />

acontece, por ex.: cama, pena, bpno, unha (com *, ou til<br />

perpendicular, noto esta branda nasalida<strong>de</strong>). Nas vogaes<br />

miran<strong>de</strong>sas atonas é difficil distinguir a nasalida<strong>de</strong>; toda-<br />

via ouvi dizer arrumar, com o u atono nasalado.<br />

Normalmente não indico nem a gutturalização, nem<br />

a nasalida<strong>de</strong> por signaes especiaes.<br />

4. Ao observar-se a phonetica miran<strong>de</strong>sa, é neces-<br />

sário ter-se presente que em palavras que só differem<br />

<strong>de</strong> palavras portuguesas em ser aberta ou fechada uma<br />

vogal, esta, se é o ou e, pô<strong>de</strong> parecer o ou ê, — d ou é,<br />

conforme o<br />

ou é— , ou<br />

ouvido do observador está habituado a d<br />

a ò ou ê, pois que o, e miran<strong>de</strong>ses são,<br />

como se disse no § 2, menos abertos que os nossos.<br />

Assim, quando os Miran<strong>de</strong>ses dizem era e obra, um<br />

estranho, que só esteja habituado ao português, pô<strong>de</strong><br />

suppor que elles pronunciam êra e obra; e, quando<br />

elles dizem roto e cera, pô<strong>de</strong> suppor que elles pronun-<br />

ciam roto e cera, com e e d portugueses.<br />

I Á cerca do português cf. Gonçalves Vianna, ob. cit., p. 6.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!