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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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I 12<br />

(note-se que o A. está tratando, não da gente dos arre-<br />

dores, mas da da própria cida<strong>de</strong>):<br />

«Falão mal, se os compararmos com a lingoagcm <strong>de</strong><br />

hoje politica, porque, alem <strong>de</strong> usarem <strong>de</strong> algúas pa-<br />

lavras antigas, pronuncião os vocábulos com gran<strong>de</strong><br />

pressa, fazendo somente accentos agudos e prolongos<br />

na primeira e ultima siliba (sic) da dicção. ...»'.<br />

O A. accrescentou erradamente que este modo <strong>de</strong><br />

pronunciar provinha dos Suevos e Godos, e <strong>de</strong> outras<br />

populações do Norte que habitaram em Tras-os-Montes.<br />

Pondo <strong>de</strong> parte a última affirmação, puramente sub-<br />

jectiva, e que é inadmissível, vemos que a notícia <strong>de</strong><br />

Severim <strong>de</strong> Faria encerra, no seu laconismo e na sua<br />

imperfeita enunciação, as três seguintes proposições,<br />

que hão <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a factos reaes:<br />

i.^) que no vocabulário do povo <strong>de</strong> Miranda havia<br />

nos princípios do século xvii alguns archaismos;<br />

2.^) que a pronúncia dos vocábulos se caraterizava<br />

pela rapi<strong>de</strong>z;<br />

3.") e pela accentuação das syllabas extremas.<br />

D'on<strong>de</strong> o A. conclue que os Miran<strong>de</strong>nses /aliavam<br />

mal, como hoje mesmo lá se diz dos povos que se<br />

servem do mirandês^.<br />

A mencionada notícia não pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se referir<br />

ao idioma <strong>de</strong> que me estou occupando. Analysemos<br />

essas três proposições.<br />

O archaismo é <strong>de</strong> facto um dos caracteres <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> palavras miran<strong>de</strong>sas, em comparação com as<br />

respectivas palavras portuguesas:<br />

> Fls. 219-V da miscellanea.<br />

2 Cf. o que observei a p. 12.

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