Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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A forma sou (cf. port. sou) é analógica com
stôu e pôu; yes < lat. es (análoga á leonesa e astur.
yes) ej^e < èst (cf. astur. _^e) explicam-se pelo § bi-d;
-st lat. caíram por symetria com a 2.* pessoa (cf.
stás— stá)\ a forma sós, análoga a sos do antigo dia-
lecto de Salamanca (Lucas Fernandez) e a sos do asturiano
(Munthe) e do gallego, explica-se por analogia com
plural ; com o send. yi cf. astur. yia (Munthe) ; somos
< sumus (§ 66) i sódes, a que corresponde o port. ant.
e o hesp. ant. e o gall. sodes, é analógico com somos, a
não vir já do lat. vulgar, também analógico, *sutis
(§ io3); sôú, a que corresponde o port. ant. som, o
minhoto sóu e o hesp. son, vem de s ú n t (§ Gg-e). —
Quanto ao imperfeito vid. § 5i-f. — Para o pretérito
deve admittir-se o seguinte protótypo latino, confirmado
também pelo hesp. ant. e pelo português: fui, *fústi,
fúit, *fúmus, *fústis, *fúrunt, formas que tiveram
o seu ponto de partida em fúímus; em port. o
ú deu normalmente ó em todas as pessoas, excepto
na I.*, onde deu u, de accôrdo com outros pretéritos
(pus, pop. sube, etc.)^ em mir. temos também* u na
1 .* pessoa, som que depois se propagou ás outras, como
aconteceu com o u de tube {$ 259). O mais-que-per-
feito, e o imperfeito e perfeito do conjunctivo regu-
lam-se pelo perfeito. Com todas essas formas cf. gall.
fu7i, fuche, fumos, fustes (a par de formas com o) ;
astur. fusti (a par de futstt), e leonês (Libro de Ale-
xandre) fumos, fura, fardes, furmos.— Sobre o futuro
e condicional vid. §3 247 e 248. — O conjunctivo séia
pôde explicar-se por sedea(m) (§ 87-^).—Com o infinitivo
ser cf. o port. mod. ser, arch. seer, hesp. mod.
ser, arch. seer e seyer. Relativamente ao mir. arch.
faltam documentos; o mir. mod. ser tanto podia ter
por protótypo lat. s e d e r e , como a forma vulg. * e s -
s ê r e (representada pelo ital. ésset^e, pelo prov. esser
e estrie, pelo fr. être, etc), pronunciada *essére;
mas a comparação com o português faz-me suppôr que