Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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tem origem ecclesiastica, foi introduzida na Lusitânia
posteriormente á época em que ii (isto é, lat. vulg. o)
dava o.
QuiNTANiCA, = quintan-ica. Em port. mod. ha quinta,
em port. arch. quintãa\ em gali. qitintá, em hesp.
qtiintana.—Do lat. quintana-. A forma mirandesa
primitiva devia ser quintana.
Vallico Redondo, = vall-ico redondo. Em português
valle, e procliticamente vai. Em hesp. valle. A verdadeira
forma mir. é balhe. Do lat. valle-.
Vallicos, = vall-icos. Vid. o § antecedente.
Observação 3.^
—
(Generalidade e uso do suffixo
-icó)
O sufifixo -ico, se se encontra dialectalmente, como
disse, em vários pontos de Portugal =^, encontra-se também
na lingoa commum, por exemplo em amor-ico,
Ann-ica, pell-ica, Mar-ica-s; e encontra-se ainda em
hespanhol, por exemplo em Juan-ico, Per-ico, aban-ico,
ave-c-ica, arenal-ico, aire-c-ico, culebr-ica —, onde tem
mais uso que em português litterario; parece porém
que não se encontra fora da Ibéria senão na Romania *
{-íca)., se é que ahi tem a mesma origem que na Pe-
nínsula. A cerca do suffixo -ico vid.:
nota
Diez, Grammaire des langues romanes, ii, 284-285;
Schuchardt, Vokalistfius des Vulgãrlateins, 11, 279,
Schuchardt, in Zeitschrift fúr romanische Philologie,
VI, 62 5 e nota;
Meyer-Lúbke, Gvammatik der rotnajiischen Sprachen,
II, § 499.
1 Elucidário de Viterbo, s. v. Este A. traz quintaa, que deve
emendar-se em qiiintãa, e traz também quintana, que é mero
latinismo.
2 Com relação a Rio-Frio vid. Gonçalves Vianna in Revista
Lusitana, i, 199.