Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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o que primeiro notei, é que desejo deixar mencionado
nesta secção tudo o que se refere á transcrição pho-
netica.
21. A respeito dos accentos graphicos, não me afasto
das regras que costumo adoptar quando escrevo por-
tuguês, e que são muito simples:
a) Accentuo com accento agudo ou circumflexo as
palavras que, lidas sem accento, ou com accento diveráo
do empregado, dão outro sentido, como porém (por
causa de pôrem)^ coro (por causa de córo)^ peco (por
causa de peccó)^ pára (por causa de para)., mas exceptuo
geralmente as palavras de uso muito vulgar, como pa7'a
(não escrevo pois jt7ara), esie (não escrevo pois êste)\
b) Accentuo com os mesmos accentos os polysyllabos
acabados em vogal oral tónica, simples ou seguidos de
-s, e os monosyllabos acabados em d, é, ê, ó, ô, sim-
ples ou seguidos de -s, ainda que possa não haver
motivo de confusão de pronúncia; por ex.: dará, liró,
acajú, colibri, José, mercê, português, pá, pé, sê, dó,
xô, pás, pés, pós; mas, se empregar h, evito o accento,
como em bahu, sahi, oh, ha;
c) Fora dos casos que acabo de indicar, accentuo
ainda as palavras em cuja leitura possa haver dúvida,
ou cuja pronúncia se costume errar, por ex. : Casével,
Pojisúl, JRecarêde, chrjysántemo (chrysântemo), hippó-
dromo, pudico, espécime, rubrica, cyclópe.
d) Accentuo com accento grave as vogaes atonas
abertas, por ex. : sadio, vedor, corar.
22. Deve porém entender-se que em mirandês, como
em geral não ha ê nem ó, não terei senão raro de empregar
o accento circumflexo. Mais devo notar, —
para isto chamo a attenção do leitor— ,
e
que, quando
eu marcar com accento agudo ou grave as vogaes e e o,
isto é, quando apparecer é— è, ó— ò, estas vogaes se
devem ler, não como em português, mas como e mi-