Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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animaes; hesp., mir. e port. mares. Isto resulta do que
se notou nos Síi 112 e 118.
Observação 2.'— Certos nomes que por origem pertencem
á 2.* classe podem, por motivo das leis phoneticas,
pertencer também á i.*; por ex. : mar, que em
virtude do § 119, pôde soar maré ou mari; funil que,
em virtude do § 1 1 3, pôde soar funile ou funili.
Observação 3.*— O plural de lápeç é lápedes, em
pronúncia mais descuidada quasi lapdes. E a razão é
simplez. O mir. lápeç veiu do hesp. lápi^ (p. 260, n. i),
cujo \ tem origem no d final de * lapid- < lat. 1 a -
p
pontos de Castella, por Madrid. Ora, como no plural
i d (e-) ; cf. Madri\, em pronúncia popular de vários
latino lapides o d não era final, conservou-se regularmente.—De
passagem notarei que o hesp. lápi:{ é de
origem litteraria; senão, nem o p deixaria de dar b
(cf. § 91), nem o d áç. lapidem se manteria.
164. Todos os nomes que, seja qual fôr a sua origem,
tiverem no singular terminações iguaes ou semelhantes
ás estudadas nas duas classes do § i63, formam, por
analogia, os pluraes como elles: Jofé— Jofés, õulhó—
òulhós, bqhú — bqhús, rapdç — rapaces, prú —prús
cabanhal — caba?ihales, funil— funiles, tira-sol— tira-
soles, b!ç — bteues (no sing. -!ç pelo § iio-b; no plural
-ienes pelo § i65), pã— panes, melôú— melones, pertués—
pertuefes, etc.
Observação. — Como no port. pop., diz-se também
em mir. flhófes, pi. de fl/tó. Talvez também a par de
õulhós se diga ôulhoses, presuppondo-se o sing. òulhós.
i65. Do exposto nos §§ 163-164 conclue-se que a
formação do plural dos substantivos em mirandês obe-
dece apparcntemente a dois typos:
I.** typo—accrescentamento de -s á terminação do
singular, ex.: ííçrra—tiçrras;
;