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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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73<br />

nas syllabas iniciaes entre as formas portuguesas e as<br />

hespanholas: umas tem Bra-, outras Bar-; mas taes<br />

diftercnças são apenas apparentes, pois em português,<br />

em S3'llabas atonas, como aqui, tanto se dis bra-^ como<br />

bar-. É provável que o et3mo <strong>de</strong> algumas d'estas pa-<br />

lavras, sobretudo das gallegas, seja o mesmo que o<br />

<strong>de</strong> Barciosa; todavia, como em hespanhol só raramente<br />

o e atono em hiato se muda em i\ outras tal-<br />

vez tenham por etymo barcia, que o Diccionario <strong>de</strong><br />

la lengiia castellaiia, da Aca<strong>de</strong>mia Hespanhola, <strong>de</strong>fine<br />

<strong>de</strong>sta forma: «<strong>de</strong>sperdício ó aechaduras que se sacan<br />

ai limpiar el granoo-. O sentido não se oppõe a esta<br />

explicação, pois temos no onomástico português, por<br />

exemplo, Cadaval, Cadavaes, Cadaveira, Cadaveiras,<br />

Cadaveiro, Cadaposa, Cadavoso, e no onomástico astu-<br />

riano Cadavedo, palavras que se explicam perfeitamente<br />

por cádavo"", que em gallego significa «paio <strong>de</strong> tojo chamuscado»<br />

^^ temos Coscos, que <strong>de</strong>ve ser o mesmo que<br />

a palavra commum cosco, usada pelo menos na Beira-<br />

Baixa, e que significa o que resta dos cereaes <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> malhados nas eiras e <strong>de</strong> extrahido o grão; temos<br />

Moinha, etc.<br />

Depois <strong>de</strong> escrito e composto o que acaba <strong>de</strong> ler-se,<br />

soube que no sub-dialecto sendinês (lingoagem miran-<br />

<strong>de</strong>sa <strong>de</strong> Sendim) se usa a palavra barceií. O Sr. Es-<br />

tevez Pereira, que é natural da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranda,<br />

diz-me que também, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua infância, conhece a<br />

palavra.<br />

Não ha pois dúvida nenhuma quanto á etymologia<br />

que <strong>de</strong>i <strong>de</strong> Barciosa.<br />

I Cf. lear, menear, ro<strong>de</strong>ar, etc. Vid. E. Gorra, Lingua e lette-<br />

ratiira spagnuola, Milano 1898, p. 42.<br />

- 12.* edição, s. V.<br />

-^ Cf. os artigos que publiquei in O Clamor do Bombarral, n." 42<br />

(1892).— O rio Cávado chamava-se outr'ora Cádavo.<br />

4 Diccionario gallego-castellano, <strong>de</strong> Valladares y Nuríez, s. v.

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