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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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i3o<br />

É pois nos meados do scc. xvi que começa propriamente<br />

a maior importância que Miranda teve na his-<br />

tória.<br />

Como consequência dos titulos <strong>de</strong> se<strong>de</strong> <strong>de</strong> bispado,<br />

e <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>, attribuidos á sua pátria, gran<strong>de</strong>s modifica-<br />

ções SC introduziram na vida dos Miran<strong>de</strong>nses. De toda<br />

a parte chegaram empregados <strong>de</strong> diiVerentes categorias,<br />

para se juntarem aos que Miranda já possuia na quali-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> villa e <strong>de</strong> praça <strong>de</strong> armas; organizaram-se es-<br />

tudos litterarios ; criaram-sc instituições que d'antes não<br />

existiam.<br />

O primeiro bispo <strong>de</strong> Miranda, D. Toribio Lopez, a<br />

quem já me referi, or<strong>de</strong>nou, por carta passada em Santarém<br />

em II <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1646', que na sua igreja<br />

cathedral houvesse, entre outros secundários, os seguintes<br />

dignitários: um adaiao ou daião^\ um chantre, com<br />

seu sub-chantre; um mestr'escola, graduado em theo-<br />

logia ou em artes pela Universida<strong>de</strong>; um thesoureiro,<br />

com seu sub thesoureiro ; um arcediago^; quatro cóne-<br />

gos, sendo dois graduados em theoiogia ou em artes<br />

pela Universida<strong>de</strong>, e outros dois graduados ou douto-<br />

raes em direito canónico, também pela Universida<strong>de</strong>;<br />

mais nove cónegos, <strong>de</strong>vendo um, que fosse clérigo le-<br />

trado, apto e idóneo, exercer as funcções <strong>de</strong> visitador<br />

do bispado; dois meios-conegos, que serviriam <strong>de</strong> cura<br />

' Copiada pelo Sr. F. M. Esteves Pereira do manuscrito exis-<br />

tente na Torre do Tombo, e publicada in Revista <strong>de</strong> educação e<br />

ensino, viii, 437-443, e n-0 Mirandês, n." i6, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Novembro<br />

<strong>de</strong> 1894.<br />

2 Hoje dizemos <strong>de</strong>ão. Inci<strong>de</strong>ntemente lembrarei que esta pala-<br />

vra não veiu para a nossa lingoa directamente do lat. <strong>de</strong>canus,<br />

como diz o Sr. F. Adolfo Coelho no Diccionario manual etymológico^<br />

mas sim do francês, pois o c latino não podia cair em<br />

português naquellas condições. Outras palavras temos da mesma<br />

categoria, provindas do francês, por ex. : chantre.<br />

3 Havia mais dois, mas pertenciam, um a Bragança, outro a<br />

Miran<strong>de</strong>lla.

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