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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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323<br />

se <strong>de</strong>ram; esta como apparentemente se dão. Eu estou<br />

estudando ao mesmo tempo a grammatica prática e a<br />

histórica do mirandês : por isso tive <strong>de</strong> entrar em tama-<br />

nho <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Observação 2.*— Em várias lingoas o plural (prati-<br />

camente) fórma-se ou por alteração da terminação do<br />

singular (por ex. : ital. Jiore — Jiori, fr. tnal— maux),<br />

ou por flexão interna (metaphonia, ali. Umlaut ; por<br />

ex.: ingl. tooth — teetli)^ ou ainda pelos dois processos<br />

(por ex. : ali. Hand— Hàn<strong>de</strong>, milanês <strong>de</strong>sço—dischi^).<br />

O português forma o plural <strong>de</strong> dois modos:<br />

i) ou só por alteração da terminação do singular,<br />

a) quer produzida por simplez accrescentamento<br />

<strong>de</strong> terminação, ex.: <strong>de</strong>us — <strong>de</strong>uses, casa—<br />

casas,<br />

b) quer produzida por modificação da termina-<br />

;<br />

ção, ex. : oitn'pe:{—ourives^ pão— pães,<br />

quintal— quintaes<br />

1 O phenomeno nos dialectos da Itália é muito vulgar: vid.<br />

Meyer-Liibke, Italienische Grammatik, Leipzig 1890, § 848 sqq;<br />

e cf. C. Salvioni, Fonética <strong>de</strong>i dialetto mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>lia città di Mi-<br />

lano, Torino 1884, P-<br />

62. E dá-se ainda noutros idiomas neo-lati-<br />

nos: vid. Meyer-Liibke, Grammatik <strong>de</strong>r romanischen Sprachen, i,<br />

;^ 44 sqq. A mesma classe pertence também o que succe<strong>de</strong> em as-<br />

turiano (no sub-dialecto <strong>de</strong> Lena), on<strong>de</strong> se diz no singular guetu<br />

(«gato»), chubu («lobo»), e no plural gatos, chobos: vid. exemplos<br />

em R. Menén<strong>de</strong>z Pidal, Bable <strong>de</strong> Lena, Gijón 1899, pp. 5-6.<br />

2 Nomes como ourivej, pireiç, alfere^ <strong>de</strong>vem, no meu enten-<br />

<strong>de</strong>r, orthographar-se no singular com f, e no plural com s {ou-<br />

rives, pires, alferes) : vid. o que escrevi n-0 gralho <strong>de</strong>pennado,<br />

3." ed., p. 95-96.— Em um documento antigo creio ter já encon-<br />

trado effectivamente ourives no plural, a par <strong>de</strong> ourive^ no sin-<br />

gular, mas não posso agora indicar em qual.—Hoje, porém, na<br />

lingoa culta esta distincção é só para os olhos, pois para os ou-<br />

vidos o som <strong>de</strong> -j é igual ao <strong>de</strong> -s.<br />

Antigamente dizia-se ourive^es, etc, e ainda ha hoje quem<br />

assim escreva. O mir. al/er^^es representa a forma port. ant. al/e-<br />

rexes.

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