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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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302<br />

ê, ó, continuava a escrever-se ainda aa, ee, oo, segundo<br />

a pronúncia antiquada: e assim encontramos em escritos<br />

do sec. XVI, etc, maa, fee, door, do iat. mala-,<br />

fi<strong>de</strong>- (*fe<strong>de</strong>-), dolore-, que se pronunciavam má,<br />

dor, fé. Estabeleceu-se pois equivalência graphica entre<br />

aa e á; ee e é; oo q ó: do que resultou que palavras que<br />

originariamente, na pronúncia, não tinham vogaes dobra-<br />

das, passaram a escrever-se por vezes com ellas, encon-<br />

trando-se em epochas tardas, ou po<strong>de</strong>ndo encontrar-se,<br />

por ex. :yaa (Iat. ia[m]), estaa (Iat. sta[t]), daar {\ax.<br />

dar[e]), jpoo^re (Iat. paupere-, *pop're), es/ee (Iat.<br />

ste[t]), on<strong>de</strong> a duplicação <strong>de</strong> aa, oo, ee tem meramente<br />

o valor que hoje tem os accentos agudos.<br />

De não comprehen<strong>de</strong>r este facto tão simplez e tão<br />

elementar foi que o Sr. Cândido <strong>de</strong> Figueiredo no seu<br />

Novo Diccionario da liiigua portuguesa, cujos primeiros<br />

fasciculos sairam durante a impressão d'esta obra, intro-<br />

duziu a palavra aa^, copiada inscientemente do Diccionario<br />

<strong>de</strong> Roquete ou <strong>de</strong> outro; <strong>de</strong> facto, aa\ é o mesmo<br />

que a\, — e a\, corno eu já tinha dito em 1892 na Rev.<br />

Lusitana, 11, 267, vem do Iat. acie-, cujo a- não podia<br />

dar em port. aa-; d'on<strong>de</strong> se vê que os aa em aa:{ repre-<br />

sentam apenas á, e que por isso aa^ não <strong>de</strong>via entrar<br />

no Diccionario, a não ser que o Sr. Figueiredo ahi intro-<br />

duzisse também daar, estaar, etc, o que não fez!<br />

d) Das excepções ás leis phoneticas<br />

1 55. O estudo das lingoas, comparadas quer comsigo<br />

mesmas em diversos momentos da sua existência, quer<br />

com outras, levou os glottologos á convicção <strong>de</strong> que<br />

ellas se regem por leis, como os restantes phenomenos,—<br />

sociaes, psychologicos, physiologicos e physicos.<br />

São tão numerosos e variados os casos em que se veri-<br />

fica a constância das leis glottologicas, que, quando se<br />

apresentar uma excepção, esta <strong>de</strong>ve geralmente resul-<br />

tar: ou da nossa ignorância á cerca <strong>de</strong> todas as circum-<br />

I

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