29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

235<br />

O lat. g e r m a n u - (port. irmão) <strong>de</strong>u armano em<br />

mir, tendo-se o e mudado em a por influencia do r<br />

que forma syllaba com elle (S i5o-c). Ao port. Isabel,<br />

em lingoagem pop. Zabel, correspon<strong>de</strong> em mir. fabel\<br />

com apocope do /', por isso que a palavra já assim lhe<br />

veiu do português 2. Em episcopu- que se tornou<br />

bispo, o e inicial caiu como em português. A syllaba<br />

portuguesa es-, seguida <strong>de</strong> consoante, correspon<strong>de</strong> em<br />

mir. s, como em stiu (port. estio)^ streilha (port. estrela)^<br />

o que equivale a dizer que ex- -j- consoante se reduzem<br />

a s- (exspirare > spirav) e que se-, s p -<br />

st- latinos se conservam apparentemente (se opa- ><br />

scoba ; sperare > sprar ; s t a r e > stary.<br />

inmigos {= unigos)». Vasconcellos Abreu, Barlaáo e Josafate,<br />

1898, p. 12. — A forma actual, inimigo, foi refeita segundo o typo<br />

lat. inimicus.<br />

> Sobre a pronúncia do/vid. p. 190.<br />

2 A palavra é <strong>de</strong> origem hebraica ; do hebreu passou para o<br />

grego, on<strong>de</strong> tem a forma 'F./.KjafJsT, que passou para outras lingoas<br />

fr. Isabelle (Isabeau, Elisabeth), ital. habella, hesp. Isabel. A origem<br />

immediata do português e do hespanhol <strong>de</strong>ve ter sido o fr.<br />

Isabelle.<br />

3 Digo que se-, sp-, st- latinos se conservam apparente-<br />

mente, porque no lat. vulgar se encontram muitos exemplos <strong>de</strong><br />

prothese <strong>de</strong> t antes <strong>de</strong> s impuro, como em iscrivere, istare,<br />

ispatium (Schuchardt, Vokalismus d. Viilgãrlat., 11, 338 sqq.);<br />

nas próprias inscripções da Hispânia se lè Iscolasticits, Ispumosiis<br />

(Corp. Inscr. Lat., 11, 5129); este i mudou-se <strong>de</strong>pois em e em romanço,<br />

como o prova o port., hesp. e cat. estar; o fr. ant. éster,<br />

etc; em epocha ainda posterior o e em certas lingoas tornou a<br />

mudar-se em i, como o prova a pronúncia port. mod. <strong>de</strong> estan<br />

que é istar, o prov. ant. istar, etc. ; e por fim o / caiu por vezes,<br />

como no dialecto minhoto, on<strong>de</strong> se diz star, spaço, stréla. Por isso<br />

as palavras miran<strong>de</strong>sas stiu^ scoba, sprar, po<strong>de</strong>m estar em vez <strong>de</strong><br />

istivu, iscopa, isperare. Não ha contradicção nestes phenomenos,<br />

como á primeira vista po<strong>de</strong>ria parecer, porque, <strong>de</strong> modo<br />

geral, elles não são coetâneos, mas successivos : os homens que,<br />

por exemplo, mudaram o /- em e- não foram os mesmos que<br />

<strong>de</strong>pois mudaram o e- em i. Em todas as lingoas succe<strong>de</strong>m factos<br />

, :

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!