Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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11 6. O S latino final conserva-se em Dius > Deus,
nas flexões nominaes e verbaes, e em algumas parti
cuias: minus > menos, magis > mais e más.
Observação.—Succedem factos análogos em portu-
guês e em hespanhol.
R
117. O R latino inicial conserva-se em mirandês;
ex. : rana- > ríJ«íT, radice- > ra/ç, ramu->rízmo,
ratione- > re:{õã, rotatore- > redor, regula- >
réuga.
Observação.—O mesmo em português e hespanhol.
118. O R latino intervocalico permanece em miran-
dês, c só excepcionalmente, sobretudo por dissimilação,
se mudou noutra vogal ; ex. : cara- = xápa- > cara,
hora- > ora, cera- > cera. Uma das excepções é,
por exemplo, prõua < prora- (§ 149-^).
Observação. — No português e hespanhol dão-se phenomenos
análogos; todavia, ao passo que em hespanhol
se diz lampara, em mirandês essa palavra não tem r,
tem d {% \ii).
119. O R latino, que se tornou final, teve em mir. o
mesmo destino que o L nas mesmas condições (§ ii3);
ex.: maré >• jnar, maré ou mari; o que se resume
assim: -are > -ar, -ere > -er, -ire > -ir, -ore > iir.—
Sobre per vid, § 291.
Observação 1.*—Tem aqui cabimento a^ mesmas
considerações que fiz no § ii3-0bs. i. Nos dialectos
portugueses encontra-se a cada passo -re, -ri, -ra, em
vez do litterario -r: maré, mari, mara (no districto de
Beja). Igualmente em gallego se acha: dore (dor), ire
(ir), mullere (muUer), andare (andar)', sofrire (sofrir).
' Saco Arce, Gramática gallega, p. 2 1
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