Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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acção do n inicial (cf. hesp. arch. neTigimo, mod. mn-
ginio, port. ninguem)\, niíi está por ne(c) -L 27 (cf,
port. ant. nehfia, ueiim]. O pron. fiaide tem como pa-
rallelo o gall. naide, o cast. ant. nafde e o mod. na-
die, em astur. e saiam, naide: vem do lat. (homines)
nati (§ io3), e tem, quanto ao ditongo, a mesma expli-
cação phonetica que o mir. qiiaije, de qiiasi, e o algarvio
Saigj^es, de S a c r i s . O pron. nada vem de (res)
nata. Tanto em yiaide como em nada a significação
primitiva passou a ser exactamente o contrário do que
era, facto que tem análogos noutras lingoas: cf. abrigo,
de apricum, aexposto ao sol»; no fr. rieti («nada»),
do lat. rem («cousa»), e persomie («ninguém»), do lat.
persona («pessoa» = alguém), quando empregados
absolutamente, temos phenomenos que nos ajudam a
comprehender os de que se trata. O pron. alga vem
de aliq'unu- = aliquis -— unus; o pron. algo vem
de aliquo(d)-, á cerca das mudanças phoneticas que
aqui se operaram vid. os §§ 70 e 124; e cf. § 189-OBS. i.
2o3. Alem dos mencionados pronomes temos ainda:
a) com distincção de géneros:
Masc. Fetn.
cíerto cierta
ambos (pi.) ambas (pi.)
muito milita
pouco pouca
b) sem distincção de géneros:
cada (sem plural);
qualquíer (ou qualqutera ou qualquera);
no pi. de certo se dirá qualesquiera^).
I Na Rev. de educ. e ens., ix, 5o i, trad. dos Evangelhos por B. F.
Alonteiro, acho de facto qiialesquier {qualesquter ou qualesquierà).