Estudos de philologia mirandesa - Esycom

196
?>/, o / não se leria de outro modo em Lisboa; faço
isto já, porque cm algumas localidades, por exemplo
na Beira, /// se pronuncia i-o (dissyllabo), já por syme-
tria com mie, berne, onde, se eu escrevesse simplez /',
e se o leitor o pronunciasse como o í" normal português
emjita, a pronúncia seria muito diversa da mirandesa.
17. Excepto no ditongo ie, que não existe em portu-
guês, e que, se fosse escrito te, com simples ;, poderia
ser pronunciado erradamente, não represento nos textos
geralmente as semi-vogaes f e m (§ 8) com diacriticos.
De facto ai, et, ui, au, eu, tu, pronunciam-se em miran-
dês como em português (§ 8). Á cerca de úp, vid. § 10,
Obs. 2.
18. Também, como disse a cima, não represento nos
textos por signaes especiaes as sonoras t, d, g, nem o
i, porque b, d, g, intervocalicos e o / gutturalizado
tem em mirandês e em português o mesmo valor. Pelo
mesmo motivo não escrevo u, mas o ou u, que, quando
atonos, soam it como o português. O / umas vezes será
assim representado, outras por -e, como na orthogra-
phia normal (vid. § 2, no /, tj).
19. Quanto ás nasaes, escrevo em fim de palavras:
ã, ê, e não -atn, -em, porque -am podia ler-se nessas
circumstancias -ão, e porque -em podia ler-se -êi, -ai
(conforme a naturalidade dos leitores). Por analogia
com este modo de escrever, e por isso ser mais conforme
com a pronúncia, escrevo também -ç, -ê, -t, -ú, -ó,
com quanto aqui não houvesse perigo de confusão, se
em vez do til sobreposto, eu escrevesse m posposto.
No interior das palavras represento a nasalidade por n
ou m, conforme a orthographia portuguesa.
20. Com relação aos ditongos nasaes, já disse no
§ 1 i-Obs. 2, que represento ôú por ôu; se aqui repito