Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Observação i.'— Se os exemplos não me enganam,
parece que este suffixo se prefere a -ico nos nomes em
que já entra guttural {c, g): evita-se assim a coexis-
tência de duas gutturaes, em virtude do princípio da
dissimiiação (§ 149). Todavia ouvi dizer banquico, forma
que citei a cima; e também francefito, fregiiesito. — A
adjuncção d'este suffixo aos primitivos obedece a regras
análogas ás da adjuncção de -ico.
Observação 2.*— O suffixo -ito tem bastante exten-
são em português e hespanhol. A sua origem não é
latina: cf. Meyer-Liibke, Grammatik der roma7iischen
Sprachen, 11, 547. Deve admittir-se como base -Ittu-
(com i), differente de -íttu- (com /): este ultimo deu
-eio,— cf. o que escrevi a p. 36-nota; só r daria em
mir. i (§ 55).
177. Nas seguintes cantigas, que ouvi em Duas-Igre-
jas, e que são traducção de outras portuguesas, entra
o suffixo deminutivo -inho, na forma -inha:
c
o mie Birge de 1 Monte,
Que stais nessa taboinha,
Oh! q' assento tã pequeinho
Para tã n alta rainha!
O mie Birge de 1 Monte,
Branca i bíé còradinha,
Chamai-me bós afilhada,
Q' yõu bos chamarei madrina.
Mas evidentemente, o suffixo aqui, como noutros casos,
é de origem portuguesa. Com relação ás cantigas no-
tarei, em primeiro lugar, que em mirandês não se diz
taboa, mas iraba, e que por isso o deminutivo, a ex-
primir-se com -itiha, devia ser trabinha\ — o que mos-
' Usualmente diz-se porém trabica.
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