Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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i85. Geralmente o comparativo forma-se em mirandês
com uma periphrase, por meio de advérbios, menos
ás vezes nas circumstancias em que podem empregar-se
os mencionados comparativos de origem latina. Exs.:
mais: mais pequéinho, mais grande^
menos: menos calíente
tã: tã alto (soa: ta v alto, cf. § Sg).
Observação i.^— Na raia (Ifânez, etc.) em vez de
mais, diz-se más.
Observação 2/— A origem de mais está no lat. magis;
de menos no lat. minus; de tã no lat. tantu-
ou tam (cf. § 97-Obs. 2). A formação periphrastica
tem origem também no latim, onde, de limitada a certas
circumstancias, se generalizou por fim: magis anxius,
minus emax, etc.
Observação 3.*— Em hespanhol e português empregam-se
periphrases semelhantes: hesp. más, méfios, tan;
port. mais, menos, tam ou tão; em port. ant. também
se encontra chus (lat. p
1 u s , cf. fr. plus, prov. plus,
pluis, ital. jCíV/), e meos ou rneos (cf. § i55-ii).
2. Superlativos
186. As desinências latinas que exprimiam o super-
lativo desappareceram em mirandês, como em portu-
guês e hespanhol. Todavia pôde em mirandês encon-
trar-se santíssemo, com o suff. -issemo, como em gall.
porísemo^ («puríssimo»)^, e duplicado em gi^andessis-
> Também em português popular se diz assim.
3 «D'as tuas porísemas filias»: Galo Salinas, A torre de Peito
Burdelo, p. 24.
3 Também no lat. vulg. se encontra -issemus, ex. : dulcissemo,
firmissemum : Schuchardt, Vokalismus, 11, 18. — No latim da Ibéria
encontra- se karessemo, tnerentessemo: in Corp. Inscr. Lat.,u,2gg~
e 3256. A terminação -essemus mostra como de *metipsimu-
se chegou a mesmo (S 196-OBs.).