Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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terras; ouve-se nas palavras que na lingoa litteraria
tem ou (ou oi correspondente a ou, como cm moiro
< > mouro)^ e noutras que tem o, sobretudo inicial.
K mais claro, naturalmente, nas syllabas tónicas do
que nas atonas. O som simplez õ tem grande exten-
são em português, pois, igual ou semelhante ao da
base do ditongo trasmontano õu, existe em fallares
da Beira-Baixa, do Alemtejo e dos Açores; este som
differe do õ allcmão cm konnen (õ aberto e breve) e
Kõnig {õ fechado e longo), e do eu francês em feu
{eu fechado e breve), emjíleuse {eu fechado e longo),
em seul (cu aberto e breve), e em peiír {eu aberto e
longo)'. — P]m mirandês notei já ha muito tempo o
ditongo õu, e representei-o assim mesmo na minha
traducção mirandesa de um soneto de Camões publi-
cada em 1886, com outras, em Lisboa, num volume
que tem o titulo de Alma minha gentil^; comtudo
não figura ainda nem no Dialecto mirandês (1882),
nem nas Flores mirandesas (1884). A primeira vez
em que attentei no ditongo õu foi em 1884, ao pé
de Santa-Comba (Bragança), na expressão Coba da
Moura, nome de um sítio.
u — Ex.: nudo, tu. Talvez mais fechado que em por-
tuguês, e parecido com o ou francês. Pôde ser tónico
ou atono; quando tónico, represento-o por u ou w,
conforme a regra do accento dada no S "ii; quando
atono, represento-o por o, ou u, como geralmente
em português, nas palavras correspondentes.
» Sobre a pronúncia do ò" allemão pôde consultar-se o livrinho
de Wilhelm Victor, intitulado Die Aussprache des Schriftdeutschen,
Leipzig iSgS; e sobre a do eu francês o Dictionnaire phonétique de
la langue française, de H. Michaelis & P. Passv, Hanovre-Bcrlin
1897.
2 Cf. supra, p. 24.