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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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263<br />

conheço sobre o antigo sub-dialecto leonês <strong>de</strong> Sayago,<br />

ou sayaguês, nada acho que <strong>de</strong>va citar-se: sobre elle<br />

vid. Tinajero Martinez, Estúdios filológicos, Madrid<br />

1886, pp. 260-262. — O leonês não occupava todo o<br />

território <strong>de</strong> Leão: a este território pertence ainda o<br />

berciano, que se relaciona com o gallego.<br />

E certo que no hespanhol usual existem algumas pala-<br />

vras com //- correspon<strong>de</strong>nte a /-, como llábana, lla-<br />

drales, llama, liar, llatav, lleudar e llevar, o que á pri-<br />

meira vista contradiz a affirmaçao tão terminante que<br />

a cima fiz <strong>de</strong> que o phenomeno não existe em caste-<br />

lhano ;<br />

mas uma anályse mais minuciosa <strong>de</strong>sfaz a con-<br />

tradicção. As quatro primeiras palavras são dadas como<br />

asturianas pelo próprio Diccionario da Aca<strong>de</strong>mia, Hes-<br />

panhola, que attribue a Leão a quinta; lleudar é hoje<br />

tida como forma antiquada, certamente <strong>de</strong> origem dia-<br />

lectal, a que se substitue leudar; em hespanhol antigo<br />

dizia-se do mesmo modo lepar, em vez <strong>de</strong> llevar, que,<br />

segundo o Sr. Cornu (in Romania, ix, i34), e, em parte,<br />

segundo Diez', será forma nascida <strong>de</strong> má orthographia,<br />

o que em verda<strong>de</strong> me parece pouco provável^.<br />

Quanto ao português, ha nesta lingoa três palavras<br />

com Ih inicial, que são Ihama, lhano e lhe; mas lhano<br />

vem do hesp. llano, que correspon<strong>de</strong> ao lat. pi anu-,<br />

e que nada tem para o nosso caso; Ihama não é palavra<br />

<strong>de</strong> origem popular; e lhe, com a qual coexiste popu-<br />

larmente le, tem uma explicação muito especial, que<br />

<strong>de</strong>i na Revista Lusitana, iv, 36. Tanto repugna á lingoa<br />

i Grammaire <strong>de</strong>s langues romanes, i, 191.<br />

2 O Sr. Meyer-Líibke, Grampt. <strong>de</strong>r roman. Sprachen, i, § 420,<br />

explica o facto, dizendo que llevar assenta em lleva^ e que esta<br />

palavra assenta em *lievat < levat, on<strong>de</strong> / fica junto <strong>de</strong> e<br />

que <strong>de</strong>u ie ; mas porque é que não temos também llieve, lliebre,<br />

etc. ? — Como em latim ha allevare, que dava regularmente<br />

em hesp. *allevar, pô<strong>de</strong> llevar ter provindo d'esse hypothetico<br />

*a-llevar. (Suggeriu-me esta explicação o Sr. Epiphanio Dias).

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