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Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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120<br />

Creio que já ninguém duvidará <strong>de</strong> que elle se refere<br />

ao mirandês.<br />

Para maior convencimento dos leitores notarei ainda,<br />

que o nosso auctor tinha <strong>de</strong> tal modo consciência das<br />

particularida<strong>de</strong>s do mirandês, e estas impressionavam-<br />

no tanto, que elle chegou a <strong>de</strong>terminar-lhes uma base<br />

histórica, posto que falsa: influencia da lingoa dos povos<br />

do Norte!<br />

Vejamos agora as últimas provas do predomínio an-<br />

tigo do mirandês na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranda.<br />

Quando aqui estive, em i883, fui á Repartição <strong>de</strong><br />

Fazenda do concelho investigar nas matrizes prediaes<br />

os nomes das proprieda<strong>de</strong>s, pois po<strong>de</strong>ria ser que elles<br />

revelassem caracter mirandês digno <strong>de</strong> exame. Já na<br />

Revista Lusitana, i, 46, me referi á importância geral<br />

do onomástico, ou estudo dos nomes próprios, para o 1<br />

conhecimento do passado: só pelas <strong>de</strong>signações locati-<br />

vas po<strong>de</strong>mos muitas vezes apurar a existência ou passa- |<br />

gem <strong>de</strong> certos povos antigos em <strong>de</strong>terminadas regiões,<br />

como, por exemplo, em muitos pontos do nosso país,<br />

a dos Celtas, <strong>de</strong> cuja lingoa ficaram vestigios em palavras<br />

como Coimbra, Bragança e outras. Compre-<br />

hen<strong>de</strong>-se por tanto que, se nas <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> sitios<br />

da cida<strong>de</strong> e arredores <strong>de</strong> Miranda apparecesscm vesti-<br />

gios miran<strong>de</strong>ses, teríamos aqui uma prova do predomínio<br />

do mirandês como idioma lá fallado noutras eras; pois,<br />

salvo certos casos especiaes, não <strong>de</strong>via a lingoa do uso<br />

commum ser uma, e o onomástico ser outro.<br />

Eífectivamente nas matrizes alguma cousa se me <strong>de</strong>-<br />

parou interessante, que passo a notar.<br />

A cima, p. II 5, vimos que o mirandês (como o hespanhol),<br />

conserva o n c l latinos intervocalícos, que em<br />

português <strong>de</strong>sappareceram: assim, ao passo que em<br />

português, em todos os tempos, conhecidos, da sua his-<br />

toria, se encontra lãa ou lã, cheo ou cheio, sair,mao

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