Estudos de philologia mirandesa - Esycom

438
Perf.: quije e quix\ quejiste, qiiijo e quifo,
quejimus, quejistes, qitejirú; e assim: quejira,
quejisse e quejir^.
Fut. e condic. regulares: quererei (ou q'reret),
quererie (ou q^rerie).
Prés. do conj. : querga, quergas, querga, quér-
gamos, quérgades, querga ^
Partic: querendo, querido.
O infinitivo querer w^m. de quaerére (quaerére).
Sobre quíero < quaero = quero vid. § 226-a.
Quíes < qu!er's (assimilação4). Sobre quife e quifo vid.
§ 237-OBS. 5 e 6; a forma quix assenta em quije, que
—
talvez exista em mirandês (cf. port. pop. quíJe, gall.
quixen = quixe-n, pois x gall. < >/ port.); depois -e
apocopou-se (§ 1 52-c), e, como não pôde haver j final
(cf. p. 32 1), este som transformou-se na respectiva con-
soante surda; o e de quejiste pôde explicar-se pelo e
(= ae) de q u a e s i(v)i s t i ; cf. hesp. quesiste. — Sobre
querga vid. § 224-^.
282. Requerer (ou req'rér).
Prés. do indic. : requíero, requieres, etc. (como
querer).
Prés. do conj.: requeira, requeiras, etc.
No mais é regular: req'ri, req'riste, etc.— É provável
que requeira seja devido a influencia do português.
> Note-se que é quix com -x, e não com -s.
2 Cf.: «el que quejir salbar» : Bernardo Monteiro, in Revista
de educação e ensino, ix, 5o2.
3 Cf. a phrase vulgar Dius querga que.
4 Em Gil Vicente também se encontra quês, que o Sr. Adolfo
Coelho, Questões da lingua portuguesa, i, 419, explica imperfeitamente;
essa forma está por quer's, como a mirandesa, e o r assi-
milou-se ao s.